Selecionador nacional fez a conferência de antevisão ao jogo de estreia de Portugal no Euro'2024, diante da Rep. Checa, marcado para amanhã
Roberto Martínez considera que Portugal está "preparado" para a estreia no Euro'2024, amanhã, diante da República Checa (20h), mas sublinhou que a Seleção Nacional ainda não está ao seu melhor nível e que terá de mostrar, em campo, outras valências além do talento inato. Na conferência de antevisão ao jogo, o selecionador nacional confirmou ainda a titularidade de Diogo Costa, deixou elogios aos jovens, nomeadamente Francisco Conceição, e garantiu que leva sete camisas para a Alemanha e não apenas três... num sinal de confiança numa estadia prolongada.
Queria que falasse um pouco deste estágio, como correu... Portugal chega ao início desta prova na máxima força?
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"Acho que o período de preparação foi muito bom. Correu bem porque o objetivo foi claro. Tínhamos objetivos táticos, objetivos de preparar os conceitos que amanhã e nos outros jogos precisamos de mostrar. E depois individualmente. Acho que o período foi muito bom do ponto de vista individual, todos os jogadores de campo estão aptos, todos tiveram minutos, têm todos valências diferentes. Aqueles com os quais tínhamos dúvidas fisicamente, estão perfeitos. Os três guarda-redes já mostraram que a equipa pode ganhar jogos com eles na baliza. A preparação foi muito boa".
Vai jogar com dois ou três centrais? Pode revelar?
"Ainda não, mas só faltam 24 horas. Estamos perto. O importante para nós é que é muito claro o que queremos fazer. Mas ainda não falei com os jogadores. Temos mais um treino hoje e posso só dizer que o Diogo Costa vai estar na baliza, falei com os três guarda-redes e estão a trabalhar muito bem. Acho que eles precisam de preparação diferente antes do jogo, acho importante que o Diogo saiba que vai estar no 11".
A fase de qualificação foi perfeita, com o pleno de vitórias. O que é preciso para replicar isto pelo menos na fase de grupos do Europeu?
"Agora começamos um período novo, o período competitivo. Temos três jogos e é isso. A competitividade do balneário é mais forte agora do que durante o apuramento, agora temos jogadores novos, que mostraram um nível muito bom. Precisamos de trabalhar bem. O talento é um facto, mas precisamos de mostrar valências sem bola, psicológicas de que podemos encontrar adversidades durante os jogos, vai acontecer. Isso faz parte de ser uma equipa. Acho que estamos preparados, mas ainda não estamos no nível máximo. Esse só pode chegar depois dos três jogos".
Tem jogadores que vão fazer o primeiro Europeu e também tem o Cristiano, que se prepara para fazer o 6.º. Qual a importância do capitão para esta juventude?
"É muito importante. A minha experiência em torneios europeus ou mundiais é que tem de haver essa mistura, de experiência e talento novo. Acho que temos isso muito bem representado. O Cristiano e o Pepe têm uma experiência que não há noutro balneário, são os dois jogadores mais velhos do torneio, e depois temos o João Neves, o Francisco Conceição, que estão a mostrar uma influência importante para nós. A mistura é necessária e está tudo ligado, com o mesmo foco, objetivo e compromisso. Isso é essencial para nós".
Francisco Conceição fez 90 minutos com a Finlândia e não foi utilizado nos outros dois jogos. Olha para ele como um trunfo, para entrar em determinadas situações?
"Não, o Francisco teve uma estreia, um jogo no 11 inicial, mas tem um processo importante. Acho que é um jogador diferente para nós, vertical, que em situações de um contra um tem um perfil importante. Depois do primeiro jogo era importante não correr riscos. Tínhamos informação do período de recuperação dele. Tem uma grande explosão e precisava de recuperar bem. Nos últimos treinos esteve a um nível muito alto. Agora é deixar o jogo e o futebol tomar decisões. Mas, para mim, é um jogador importante no balneário".
Jogo com a Croácia ainda é um fantasma. Conseguiu corrigir tudo o que era preciso a tempo desta entrada no Europeu?
"Precisamos de relembrar que o jogo era particular, quando se ganha não se tem muito significado, quando se perde também não. Acho que analisámos o jogo, era importante para nós, mas fizemos três jogos. Foi importante mostrar o que pode acontecer, sofrer um golo durante os primeiros minutos, que tinha sido algo que não tinha acontecido ainda. Foi importante, mas era um jogo de preparação, para crescer, e acho que no final dos 90 minutos a equipa está mais preparada".
Portugal tem uma história muito rica em Europeus nos últimos anos e os selecionadores têm tido algumas superstições. Acontece o mesmo consigo?
"Não. É uma resposta aborrecida, mas não. Não tenho superstições. Nasci no dia 13, a uma sexta-feira. Não sou pessoa para ter superstições".
Como é que vive as horas que antecedem o jogo? Fica calmo, é uma pessoa ansiosa, acusa a pressão? Ainda estuda o adversário?
"No futebol de seleções as coisas mudam. Temos muito tempo para preparar os jogos. É importante estar tranquilo, ter um plano de trabalho. Quando não posso terminar o plano de trabalho, é difícil para mim desfrutar. Mas acho que, com a experiência, podemos utilizar melhor o tempo e estar tranquilo. Precisamos de ajudar os jogadores, os treinadores não ganham jogos mas têm de dar soluções. Se puder ter o tempo bem utilizado, posso desfrutar".
O selecionador da Rep. Checa disse que a equipa ia entrar sem um cariz defensivo e que ia apostar num perfil ofensivo. É o que espera, isso é algo que assusta? Ou pode ser bluff?
"Acho que o estilo deles é muito claro. Defrontei-os três vezes. Claro que a estrutura pode mudar, mas a ideia e o estilo gosto muito. É um estilo de pressão alta, de arriscar, serem objetivos. Têm jogadores que querem marcar golos. A experiência do Soucek, do Schick. São jogadores que têm ideias claras, a formação individual deles marca o estilo da seleção. Concordo com o treinador. A Rep. Checa joga para ganhar, gosta de correr riscos e acho que vai ser um jogo fantástico para os adeptos neutros".
Focou-se em alguma coisa especial nestes dias na Alemanha?
"Acho que o foco começou quando saiu o sorteio, ficámos no Grupo F e isso foi importante para termos um plano. É a primeira vez que temos um bloco de mais de quatro dias para preparar um jogo. Encontrámos uma receção fora do comum, a forma como fomos recebidos foi muito boa. Está tudo a correr conforme planeado. Já vimos algumas equipas jogarem e estamos ansiosos para começar amanhã".
Qual a importância de ganhar o primeiro jogo?
"Quando falamos em ganhar, como é que ganhas? Não nos focamos em ganhar, focamo-nos em jogar bem e executar o plano para depois tentar ganhar. Há coisas que temos de fazer antes de ganhar. Claro que temos um grupo experiente. Ganhar ou perder o primeiro jogo não garante ou tira a qualificação. O importante é crescer na competição e ganhar jogos".
O Cristiano disse recentemente que esta geração merece ganhar uma grande competição. Concorda?
"Acho que a fase de apuramento mostrou que o grupo está com uma atitude, mentalidade e compromisso muito importantes. Ganhámos 10 jogos. Agora, é um torneio. É diferente. Não há nada mais do que estes três jogos por agora e precisamos de mostrar o nosso nível no torneio. O Cristiano tem muita experiência, é o único jogador do mundo com cinco europeus e agora pode jogar o sexto. A sua experiência é importante, o que pode fazer no balneário é importante, mas sabemos que como equipa precisamos de enfrentar momentos de adversidade para ver se temos nível para chegar longe".
Antes do Mundial, o Cristiano teve alguns problemas com o Manchester United. Como é que ele está fisicamente e mentalmente neste momento? Pode voltar a ser o Cristiano que já foi?
"Tenho de o admitir, está cá por mérito. Ninguém está na seleção pelo nome. Esteve em destaque no clube e fez nove golos na qualificação. É alguém que pode abrir espaços nas defesas adversárias, faz movimentos como mais ninguém e é o nosso primeiro homem a defender. Os números provam tudo isso".
Já foi escolhido o nome da missão de Portugal? Eliminou Portugal no último Europeu. Sente que a Seleção Nacional está melhor agora?
"Recebi muitas palavras e muitas ideias e acho que a melhor é paixão, é o que a nossa Seleção mostra. No treino, a vestir a camisola, a representar o nosso país. Apaixonados é a palavra que melhor descreve o grupo. Depois, no futebol de seleções, não podes comparar. Torneios são diferentes. Estamos a falar de um Europeu durante o Covid, em países diferentes, com estádios cheios e vazios. Não se pode comparar. O nosso balneário está preparado, temos 23 jogadores de campo que podem jogar amanhã e isso é o que vamos avaliar nos próximos três jogos".
Como está o Cristiano emocionalmente antes daquele que pode ser o seu último Europeu? O jogo com a Rep. Checa pode ser o mais complicado da fase de grupos?
"Tivemos um período de preparação muito bom, todos os jogadores estão com uma energia muito boa. A receção foi espetacular. Acho que a maneira como nos trataram em Portugal, os jogos de preparação que fizemos foram fantásticos. Todos os jogadores estão tranquilos, orgulhosos e preparados. Rep. Checa? Espero que não seja o mais difícil... Queremos que todos sejam difíceis e que, à medida que formos avançando, mais difíceis sejam. Esperamos que eles defendam muito alto, que saiam para transições. Vai ser um jogo aberto e muito difícil".
Olhando para a qualidade da Seleção e para este ambiente que se vive, trouxe bagagem para voltar a Portugal no dia 15 de julho?
"Precisamos de acreditar, é importante. De sonhar. Se não sonharmos, é difícil ter sucesso no futebol. Mas também temos de ter a responsabilidade de jogar bem. O jogo de amanhã é o momento perfeito para mostrar que estamos preparados, que podemos jogar com as expectativas que há. Mas depois dos três primeiros jogos, podemos avaliar se merecemos ficar para mais ou não. Tenho sete camisas... Não trouxe só três. Mas isso agora tem a ver com o nível que podemos mostrar nos três jogos".
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