Selecionador fez a antevisão do duelo com a Geórgia
O que pensa sobre a seleção da Geórgia e sobre o futebol do país?
"É bom lembrar algumas memórias, tiveram jogadores que é sempre muito bom lembrar. Acho que agora há alguns jogadores que representam a capacidade de penetrar nas defesas adversárias com bolas, a capacidade com bola é muito forte. É uma equipa muito boa e a maneira como se qualificaram foi ótima. Respeitamos muito a seleção da Geórgia e o que o selecionador está a construir. Têm algumas individualidades que dão um toque especial à equipa".
Viu alguma tendência no estilo de jogo das equipas que lhe tem chamado a atenção?
"Acho que, no geral, os jogos são muito competitivos. Há a ideia de ganhar, de atacar, de tentar marcar golos. Gostei muito disso. Vimos golos nos últimos 5/10 minutos das partidas. O nível físico das equipas tem sido muito forte, mas acho que a ideia de marcar golos e ter uma intenção no jogo ofensivo é o que está a fazer o Euro'2024 um torneio tão forte".
Já falou da importância do Vitinha. Em que parte do seu jogo ele fez mais progressos?
"É uma pergunta muito boa. Acho que o Vitinha é um jogador jovem, que fez uma época muito importante na sua carreira. O que ele fez na Liga dos Campeões mudou a sua forma de jogar, a personalidade dele em jogos importantes. Via os seus jogos contra o Barcelona, contra o Borrussia Dortmund, vi um Vitinha novo, preparado para as responsabilidades na Seleção. Contra a Finlândia vi o melhor Vitinha do período que teve na Seleção".
Quais são os favoritos à conquista do Europeu? O que pensa da seleção italiana? Como se sente por treinar Portugal?
"Sou o selecionador português, não posso estar só a sonhar. Tenho de trabalhar todos os dias. A geração que temos é maravilhosa, muito comprometidos com a Seleção. O nosso objetivo é claro, é fazer com que os sonhos dos nossos adeptos se tornem reais. A minha experiência diz-me que não há favoritos, há mais do que 10 vencedores em Europeus. Há candidatos, mas favoritos... Sinto que Portugal está nesse grupo, a Itália também. São uma seleção muito competitiva, crescem nos torneios e adaptam-se a cada jogo. Tem tudo a ver com a forma como as equipas vão melhorando, no Europeu. Estou extremamente orgulhoso por treinar Portugal, a paixão, a cultura, o que significa... Aprendi muito acerca do que a Seleção dá aos emigrantes. Sinto muita responsabilidade e estou muito orgulhoso por comandar esta equipa".
É um dos únicos selecionadores com uma equipa cheia de jogadores da Liga dos Campeões. Prefere o sistema ou o talento?
"Cada treinador é diferente. Ao longo da minha carreira encontrei treinadores que queriam o sistema e depois encaixavam os jogadores. Quando olho para os jogadores que temos, a equipa técnica que temos, gostamos de ter a bola, temos uma equipa capaz de criar chances, de defender rápido. Para nós tem a ver com flexibilidade tática, gosto de privilegiar isso".
Portugal ainda não tem adversário para os oitavos-de-final. Tem preferências, tem visto os jogos? Como vive essa incerteza?
"Faz parte. O foco é o jogo de amanhã. Posso dizer que o único foco é tentar ganhar, tentar ganhar três jogos e crescer como equipa. A atitude dos jogadores e o compromisso foi exemplar até agora. O adversários dos oitavos-de-final não é importante para nós, será importante no dia 1. A Geórgia surpreendeu-me, chegar a um Europeu não é fácil e eles mostraram uma grande lição. Têm uma capacidade de contra-ataque e jogadores individuais de um nível fantástico. O foco é a Geórgia e darmos o melhor de nós".
Félix deu ideia de que vai ser titular. Pode confirmar?
"Depois querem o ala direito, o ala esquerdo e podemos fazer o 11 inicial... Não posso dizer mais jogadores porque ainda não falei com eles. O importante é que o João é um jogador de um nível mundial, tem uma qualidade para o jogo por dentro que é superlativa. Gostaria que o Félix, o Danilo, o Matheus Nunes, os jogadores que ainda não jogaram, mostrassem que, quando entram, acreditam. Têm o apoio do balneário para fazerem um bom desempenho. Como Seleção, a parte psicológica é muito importante. Acredito em todos os jogadores mas só 11 podem começar".
Com a Bélgica, no Euro'2020, com uma situação semelhante à atual, mudou quase todos os jogadores, só deixou o guarda-redes e o avançado... Irá manter?
"Coincidência... Acho que a experiência é importante. Houve essa situação em 2020, em 2018, e é importante gerir a situação em relação ao balneário. Todos os jogadores são diferentes, todos os balneários têm competitividade pelas posições de maneira diferente. A estratégia que precisamos de ter no balneário português é grande. A gestão é diferente, individual. A minha experiência mostra que é importante manter o guarda-redes e crescer como equipa. O foco é ganhar. Não é que todos joguem, não é gerir o balneário, não. É ter uma equipa competitiva".
Nuno Mendes, Gonçalo Ramos e Jota trabalharam à parte ontem. Qual a condição física deles?
"Os três estão aptos. Posso dizer isso com toda a certeza. Mas acho que não podem jogar 90 minutos porque só fizeram um treino com a equipa. Medicamente, estão aptos".
Já percebemos que será Diogo Costa e Ronaldo, mais nove. O que nos pode dizer sobre o Pepe? Vai haver algum cuidado especial?
"Todos os jogadores têm gestão individual. A idade não faz parte agora. Estamos a falar de um torneio curto. O que faz parte são as lesões, os minutos, aquilo que foi a época. Temos muita informação. Estivemos 24 dias juntos, alguns jogadores também tiveram mais três dias de treino. Não faz sentido olhar para a idade num torneio tão curto".
O Cristiano vai ser titular amanhã? Como tem lidado com as invasões de campo?
"Posso dizer que amanhã o capitão vai estar no 11 inicial. É importante. Fez um jogo de preparação. A sua época foi muito consistente e tem jogado todos os jogos, fez muitos minutos. Para continuar com o ritmo competitivo, não é bom parar agora para depois reativar em seis dias. O capitão e o Diogo Costa estão no 11 inicial. Invasões? É um jogador experiente, tem mais de 20 anos na Seleção. Conhece muito bem o apoio. Não só o dos adeptos da Seleção, mas como os do futebol. As invasões são perigosas e não são boas para a imagem do futebol, não é uma parte do jogo que queremos ver".
Félix vai ser titular? É um dos jogadores que ainda não tem minutos, como gere tudo isso, toda essa ansiedade deles?
"Não há fricção na equipa. Gostaria de explicar que o momento mais importante da carreira de um jogador é a Seleção. Claro que todos querem estar no 11, jogar 90 minutos, mas também têm consciência de que são muito importantes. Se queremos ganhar como nação, como Seleção, precisamos de todos a ajudar. No relvado, fora dele, no treino... O nível de treino está a ser incrível e os nossos desempenhos são a prova disso. O João quer jogar e está preparado, é isso que estou a avaliar. A atitude, o trabalho, o compromisso e posso dizer que todos os 26 jogadores têm o mesmo compromisso".
Francisco Conceição foi importante no 1.º jogo mas viu cartão amarelo no festejo. Esse cartão, tendo em conta que depois vem aí o 'mata-mata', pode influenciar a titularidade ou não dele?
"Não. É uma boa observação. Acho que é normal, o Francisco levou um cartão amarelo numa situação em que eu também teria aquela emoção. Entendo a celebração. Não faz parte do que faz no terreno de jogo, no relvado é vertical, agressivo com bola, mas não é um problema. Acho que tem muitas chances de jogar amanhã".
Já confessou que o Diogo Costa será titular e teve o João na conferência. O que mais nos pode dizer sobre o que vai mudar?
"Preparámos o jogo para ganhar, acho que a integridade do torneio é essencial. É um jogo importante porque o resultado vai mostrar quem vai ser e não vai ser apurado. A Geórgia fez um Europeu muito interessante, podiam ter vencido a República Checa no último lance do jogo. Estiveram muito competitivos contra a Turquia. Nós precisamos de continuar com o mesmo foco e ganhar. No 11, o importante é continuar a crescer. Não gosto da palavra revolução, todos os jogadores que estão na Seleção têm papéis importantes. O 11 de amanhã e aquele que vai terminar o jogo está cheio de jogadores importantes. Diogo Costa vai estar na baliza porque não gosto de rotações no guarda-redes, acho que são uma equipa dentro da equipa. É um torneio muito curto, precisamos do Diogo com boas relações com os centrais, com as diferentes linhas que temos, na bola parada, a ler o estilo de ataque da Geórgia. Acredito no José Sá e no Rui Patrício, estão preparados para entrar e ganhámos jogos durante o apuramento com eles. E depois há os jogadores que já mostraram o que podem fazer. Não há revolução, há uma equipa competitiva e preparada para ganhar".
Juntamente com João Félix, Roberto Martínez fará também parte da conferência de imprensa desta terça-feira de antevisão ao Turquia-Portugal, a contar para a terceira jornada do Grupo F do Euro'2024.
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