Fernando Santos: «Não tenho aqui 26 jogadores só para estarem a olhar, comer, dormir e treinar»

Selecionador nacional faz a antevisão ao jogo com a Suíça (domingo, 19H45) e fala da rotatividade

Fernando Santos fez este sábado a antevisão ao jogo com a Suíça, encontro do Grupo 2 da Liga das Nações agendado para amanhã, às 19h45, no Estádio de Alvalade.

Naturalmente terá de gerir o plantel... qual será a dimensão relativamente às mudanças? "Equipa nova seguramente que não, isso não faria sentido, desequilibraria a equipa. Alterações vão existir sempre, isso já tinha anunciado antes. Perante os jogos e o tempo de recuperação, irá haver alterações, e essas serão feitas tanto no início como no decorrer. Os jogadores não se apresentaram todos ao mesmo nível físico, uns jogaram mais tempo, tiveram tempos de recuperação menores... há jogadores que terminaram campeonatos há três semanas. Mas vamos manter a qualidade da equipa, felizmente para nós temos um nível muito equilibrado, e jogue quem jogar a matriz será sempre a mesma".

Danilo tem sido titular nos últimos jogos no centro da defesa. Nesta altura é a única opção válida para o eixo da defesa com as ausências de Pepe e Rúben Dias? David Carmo e Domingos podem jogar? "Acho que o Fonte tem sido alternativa também, desta vez não porque não está aqui. Não o podemos esquecer de maneira alguma. Para agora foi esta a decisão, ele até estava com algumas dificuldades e precisou de intervenção relativa à condição física dele. Confio no Danilo como central. Se a pergunta é essa, a resposta é sim, penso que o Danilo joga muito bem a central. Ele reflete isso em campo, e nos últimos três jogos tem-no feito de forma clara. Mas isso não retira que outros jogadores possam jogar nessa posição, tanto os que cá estão como os que estão nos sub-21. Na altura certa tomarei as decisões relativas a outra convocatória".

Diogo Costa... "Nunca falo de jogadores individualmente. Quem acompanha as conferências de imprensa sabe que nunca referencio isso. O Diogo Costa faz parte do lote de jogadores, mas o mais importante é o coletivo"

O que espera da Suíça? Nas rotações que fará na equipa, a baliza está incluída? "As rotações incluem tudo. Tenho 26 jogadores disponíveis e todos têm a minha confiança. Se a pergunta é quem vai jogar, não vou responder. Não tenho aqui jogadores só para olhar, comer, dormir e treinar. Isso depois depende das minhas opções. Em relação à Suíça, é uma equipa que cresceu muito nos últimos 10 anos. Está sempre presente em fases finais, sempre com passagem garantida às fases seguintes, no último Europeu mostrou a sua qualidade, chegou longe na fase a eliminar e saiu nos penáltis. Mostra que têm enorme qualidade, com jogadores muito bons e que conhecem muito bem o jogo. Valem muito pela sua ação coletiva. Este último jogo que observámos não foi tão normal relativamente ao resto dos jogos, jogaram num 4-4-2 e Shaqiri ficou de fora, que também não é habitual, normalmente jogam num 4-2-3-1, com ele à frente de Xhaka e Freuler. Têm jogadores muito fortes na frente como Embolo e Seferovic. É uma equipa que se bate com muita facilidade com as grandes equipas. Afastou Itália do apuramento para o Mundial. Só por si isso já mostra tudo... quando retiras do Mundial o vencedor do Europeu. Têm mostrado que têm uma grande equipa. Nós queremos ganhar por muitas razões: queremos voltar a disputar final da Liga das Nações, jogamos para 11 milhões de portugueses, e queremos ganhar porque isso para nós é fundamental. Temos de ser uma equipa dominadora, capaz de mandar no jogo, e se conseguirmos fazer isso estamos mais perto de ganhar e alcançar o que queremos".

Ronaldo: "Frustração de não ser primeira escolha porque não jogou este jogo? Só tenho 11 jogadores para jogar, não me parece que alguém tenha notado frustração. Para mim é simples, o Cristiano é o melhor jogador do Mundo, e a escolha dele de ficar no Man. United não tem a ver comigo, não tenho de dizer se acho bem ou mal. Não é qualquer um que joga no Man. United, isso é que é verdade".

Polivalência da equipa facilita? "Não facilita o meu trabalho, facilita o da equipa. O meu trabalho é escolhê-los. Imaginem que agora cada jogador chegava aqui e diziam: 'No meu clube jogo no meio, direita e esquerda'. Como é que fazíamos? Não jogávamos? O Bruno respondeu muito bem a esta questão. Obviamente que me interessa potenciar a qualidade dos jogadores, mas isso passa também pelo coletivo. Têm de libertar a qualidade individual mas sempre ao serviço do coletivo. É isso que têm feito e feito muito bem, e o Bruno tem estado aqui desde 2017. Se não correspondesse ao que queremos dele, não estaria aqui. Acredito que há jogadores que gostariam de jogar de outra maneira, mas isso não é possível".

Ronaldo faz mais sentido diante da Suíça que não privilegia tanto a posse? Vai ser titular? "Não vou responder. Em cada estratégia, em cada momento, pode ser que eu decida que pode ser assim ou de outra maneira. Eu percebo a pergunta, é uma temática que vai acontecer sempre à volta do Cristiano, e quando deixar de ser sobre ele será sobre outro. Quando se tem 26 jogadores não vão jogar todos, e vai sempre haver que vai achar - e mal seria, porque estamos num país livre - que podia jogar um ou outro. Tenho a felicidade de ter um grupo de trabalho coeso, tanto os que coordenam como os que jogam. Sendo assim, as coisas tornam-se mais fácil para o selecionador, e os êxitos depois refletem-se nessa coesão".

Por Record
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