Um dérbi planetário

Benfica bate Sporting por 9-6 em número de convocados, que figuram em 4 seleções...

Um dérbi planetário
Um dérbi planetário

Dizem os românticos que misturar clubes com seleções é... blasfémia. Record finta os livros e assume o risco. Só para lhe dar conta, caro leitor, do verdadeiro dérbi mundial a que estamos a assistir na Turquia.

Entre Benfica e Sporting, a lista de convocados para esta competição chegou aos 15 jogadores (!), e atenção que não se resumem todos a Portugal. Se dentro do balneário lusitano Bruma, Esgaio, Ilori, João Mário e Mica defendem as cores do leão, André Gomes, Bruno Varela, Ivan Cavaleiro e João Cancelo assumem o orgulho encarnado. Sempre, claro, sob um forte espírito de união. Ali, no balneário, sabe Record que verde e vermelho só mesmo na bandeira nacional. Alargando o campo de análise, logo se encontra outro leão e mais cinco águias.

O sportinguista Eric Dier até já regressou a casa, depois do fracasso coletivo em que se tornou a participação inglesa. Ainda assim, este sportinguista conta para a estatística, tal como os benfiquistas espalhados por duas três seleções sul-americanas que estão em prova (a outra é o Chile e só não tem mais um “português”, porque o leão Rubio se lesionou). No Uruguai, moram Gianni Rodríguez, no Benfica B desde janeiro, e Jim Varela, que há de chegar em breve. E no vizinho Paraguai estão Derlis González e Jorge Rojas, figuras de proa desta seleção.

Dependência

Bruma e Derlis são as grandes estrelas de Portugal e Paraguai, respetivamente, sendo difícil encontrar alguém que rivalize em importância. Ironia ou talvez não, estão também entre os mais jovens em prova. Contam apenas 18 anos, mas pelo futebol que jogam ninguém se espantará se em breve centrarem todas as atenções num dérbi a doer.

Renascimento das equipas B forçou evolução

Quase todos os jogadores em questão chegam a este Campeonato do Mundo depois de se terem defrontado entre si. Uns pela equipa principal de cada clube, outros pela formação secundária ou pelos Sub-19 do respetivo emblema. Contudo, foi sobretudo graças ao renascimentos das equipas B que mais evoluíram. Tirando Mica, todos os jogadores do Sporting em questão transitaram para a equipa principal. Já o Benfica, mesmo não necessitando de recorrer em igual número à sua equipa secundária, viu de lá sair uma das grandes revelações da última temporada: André Gomes.

Portistas também dão contributo importante

O FC Porto está representado em menor número neste Mundial, mas não deixa de ter jogadores influentes na estratégia das seleções portuguesa e francesa. O defesa-central Tiago Ferreira é titular e subcapitão de Portugal, enquanto o médio-ofensivo Tozé tem mostrado valor e conferido dinâmica a cada vez que é chamado, travando, em simultâneo, interessante duelo com o benfiquista André Gomes por um lugar no miolo lusitano. Também está cá o francês Vion, que tem funcionado como a arma secreta da sua equipa. E ainda há o ex-vimaranense Ricardo, em bom nível e a dar sinais de que está pronto para regressar a Portugal e dar nas vistas ao serviço dos azuis e brancos.

Duas políticas diferentes

Benfica e Sporting emprestaram 15 jovens promessas a esta 19.ª edição do Mundial Sub-20, mas importa realçar que há diferenças substanciais quanto à origem destes “produtos” que prometem vir a tornar-se casos sérios nas equipas principais dos respetivos clubes.

Enquanto os seis jogadores leoninos presentes na prova são todos “made in” Academia Sporting – e ainda há Agostinho Cá, Edgar Ié e Rafael Veloso, todos com a escola do leão –, dos nove benfiquistas, apenas André Gomes, Bruno Varela, Ivan Cavaleiro e João Cancelo passaram pela formação dos encarnados. Os restantes chegaram à Luz ao abrigo de uma política de recrutamento levada a cabo pelos dirigentes benfiquistas nas profundezas do futebol jovem da América do Sul.

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