Hoje com 35 anos e já retirado do futebol, André Macanga foi o fio de prumo que equilibrou a seleção de Angola no Mundial 2006...
Hoje com 35 anos e já retirado do futebol, André Macanga foi o fio de prumo que equilibrou a seleção de Angola no Mundial 2006. Nos relvados alemães, o médio que brilhou em Portugal com as camisolas da Académica e do Boavista, entre outros clubes, viveu momentos especiais e só lamenta que a sua seleção tenha acordado muito tarde no jogo de abertura, quando defrontou a seleção portuguesa.
RECORD – Foi titular indiscutível dos Palancas Negras no Mundial de 2006. Como avalia a performance da vossa seleção?
ANDRÉ MACANGA – Era a primeira vez que Angola conseguia o apuramento e isso já foi um feito histórico. Não foi fácil chegar lá e tivemos de trabalhar bastante. Tínhamos um grupo muito unido e que sabia o que queria, para além do empenho da federação angolana nessa campanha.
R – Como foi o apuramento?
AM – Fizemos o nosso trabalho pela calada, não ficámos a dizer que estávamos a jogar para a qualificação mas apenas para dar o nosso melhor. Os grandes candidatos eram a Nigéria e a Argélia. Fomos, por isso, caindo no esquecimento e quando os outros acordaram já estávamos apurados! Mas tivemos jogos muito complicados. Empatámos a uma bola na Argélia, conseguimos ganhar em casa por 1-0 à Nigéria e lá empatamos 1-1. No último jogo fomos ao Ruanda com a necessidade de vencer e foi o que fizemos. Jamais esquecerei a festa que aconteceu pelo nosso primeiro apuramento.
R – Onde estava a jogar na altura?
AM – Já estava no Kuwait.
R – E depois... veio o Mundial propriamente dito.
AM – Calhámos num grupo complicado, a abrir logo contra Portugal. Entrámos nervosos nesse jogo. Quando perdemos o medo já Portugal tinha marcado. Depois, empatámos a uma bola com o México, que tinha uma boa seleção, e não conseguimos ir além de uma igualdade também a uma bola com o Irão, o que não chegou para alcançarmos o apuramento. Para uma equipa que fazia a sua estreia, foi muito positivo. Não é para todas as seleções chegar lá, perder um jogo pela margem mínima e empatar os restantes dois jogos.
R – Se Mantorras tivesse estado na plenitude das suas faculdades, Angola podia ter feito melhor?
AM – A nossa geração de jogadores, que fica na história do futebol angolano, nunca privilegiou este ou aquele. O nosso trunfo era o coletivo. Qualquer jogador que estivesse bem, era sempre para ajudar. Não havia individualidades.
R – Sente que o seu percurso no futebol português podia ter sido outro?
AM – Joguei no Salgueiros e depois fui contratado pelo FC Porto, que me emprestou ao Alverca, na altura presidido por Luís Filipe Vieira. Jesualdo era o treinador. Estive em Guimarães com Pimenta Machado e Inácio, na Académica com João Alves e depois no Boavista. Em todos os clubes, sem imodéstia, estive bem. Foram os melhores momentos que vivi, fiz muitos amigos, fiz-me aí jogador de futebol e ainda pude terminar a minha carreira noutros países.
R – O que pode fazer Portugal no Mundial do Brasil?
AM – Acho que vai fazer um bom campeonato e tem uma palavra a dizer, apesar de competir com seleções muito boas.
R – Miguel Veloso é o homem certo na posição 6?
AM – É um assunto do Paulo Bento, mas não acredito que ele vá desfazer o grupo que conseguiu o apuramento. O Miguel não é um especialista na posição. O William, sim, é mesmo trinco.
R – A seleção portuguesa depende muito de CR7?
AM – Não foi por acaso que ele foi considerado o melhor do Mundo, mas Portugal tem outros bons jogadores.
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