Brasil-Holanda, 0-3: Sumo de laranja melhor que caipirinha amarga

Brasil-Holanda, 0-3: Sumo de laranja melhor que caipirinha amarga
Brasil-Holanda, 0-3: Sumo de laranja melhor que caipirinha amarga

A Holanda ganhou de forma clara e incontestável o jogo de consolação que ninguém queria disputar e regressa a casa com o terceiro lugar no Mundial’2014 sem qualquer derrota – só caiu nos penáltis, com a Argentina, nas “meias” –, como havia pedido Louis van Gaal. O mesmo não pode dizer o Brasil de Luiz Felipe Scolari, que, após o terramoto diante da Alemanha, voltou a mostrar demasiadas e gritantes fragilidades coletivas, terminando a prova com duas derrotas pesadas, confirmando que aquilo que começou com um sonho acabou em pesadelo.

Por muito que alguns críticos tenham contestado as opções de Van Gaal, a verdade é que a Holanda fez justiça à sua história e aos anos gloriosos da “laranja mecânica” da década de 1970. O “sumo” será diferente, mas ainda assim saboroso e acima de tudo agradável para os seus adeptos. Pelo contrário, o Brasil de Scolari, também ele diferente (neste caso, para pior) da imagem-padrão de equipas de outros tempos, confirmou no Mané Garrincha que a sua “caipirinha” é tão amarga que já não convence ninguém.

É verdade que os brasileiros poderão queixar-se, neste jogo, de erros da arbitragem da equipa liderada pelo argelino Haimoudi, mas isso não explica tudo, a começar pelo prolongamento da desorientação tática que se vira diante da Alemanha. A Holanda marcou dois golos nos dois primeiros ataques: o primeiro através de um penálti inexistente e o segundo num lance que começa com um fora-de-jogo não assinalado. Mas no primeiro caso Thiago Silva foi poupado ao vermelho direto e no segundo David Luiz e demais companheiros limitaram-se a confirmar o que de mau já haviam mostrado na meia-final com os alemães.

Decidido bem cedo. Com menos de 20 minutos disputados e estava tudo definido. Restava ao Brasil tentar atenuar a dor dos seus adeptos, mas apenas Oscar se mostrou à altura dos sonhos coletivos e um homem sozinho nunca ganhou nada, como se sabe, especialmente diante de uma equipa organizada e confiante como a holandesa.

Scolari procurou alterar o inevitável com as substituições, mas a verdade é que de pouco serviram as entradas de Fernandinho, Hernanes e Hulk, mas o terceiro golo da Holanda, já nos descontos, foi um espelho da diferença entre as duas equipas: de um lado uma improvisação sem remédio, do outro, uma organização que tinha de dar frutos.

MOMENTO

Minuto 90’+3: a entrada do terceiro guarda-redes da Holanda, Michel Vorm, fez com que a equipa de Louis van Gaal utilizasse todos os 23 jogadores que estiveram presentes no Brasil. Mais do que simbólico, o momento fica na história por ter sido a primeira vez que uma seleção utilizou todos os jogadores na fase final de um Mundial.

NÚMERO

3 - Pela terceira vez o Brasil perdeu dois jogos seguidos num Mundial. Aconteceu em 1966 (na fase de grupos, com Hungria e Portugal, ambos por 3-1) e em 1974 (2-0 para a Holanda e 1-0 para a Polónia, também na atribuição dos terceiro e quarto lugares).

ÁRBITRO

O argelino Haimoudi teve muitos erros graves com influência no marcador. Duplo erro no lance de Thiago Silva com Robben (a falta é fora da área e para vermelho direto), e no lance do segundo golo De Guzman centrou em posição irregular. Um penálti por marcar com braço de Vlaar a centro de Maicon (65’). Bem na simulação de Oscar.

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