Guiné Equatorial suspende selecionador após jogo cancelado no Malawi

Seleção recusou viajar na quarta-feira, em protesto contra as condições da viagem

Juan Michá
Juan Michá • Foto: Federação de Futebol da Guiné Equatorial

O selecionador da Guiné Equatorial, Juan Michá, foi esta quinta-feira suspenso temporariamente, após o cancelamento da visita ao Malawi, da nona e penúltima jornada de qualificação africana para o Mundial'2026, anunciou a federação local (FEGUIFUT).

"O técnico Juan Michá foi suspenso das suas funções até novo aviso. Na partida frente à Libéria, das eliminatórias para o Campeonato do Mundo, o adjunto Casto Nopo Abeso assumirá a responsabilidade de dirigir a equipa", informou o organismo, em comunicado.

Juan Michá foi suspenso pelo Ministro delegado do Desporto, Andrés Ikuga Fernández, na sequência da recusa da seleção em viajar na quarta-feira para o Malawi, em protesto contra as condições da viagem, cenário que motivou a falta de comparência no encontro.

De acordo com uma carta de um secretário-geral da FEGUIFUT, à qual a agência noticiosa francesa AFP teve acesso, o avião fretado que deveria transportar a seleção teve problemas, que ficaram resolvidos, mas os atletas não aceitaram rumar a Lilongwe, dizendo que "viajar naquelas condições colocaria seriamente em risco" a sua saúde física.

O Governo e a direção executiva da FEGUIFUT reuniram-se e decidiram suspender o selecionador Juan Michá, revelando ainda que o cancelamento da partida resultará numa "perda de três pontos e numa multa multimilionária para o Estado" da Guiné Equatorial.

"O Ministério do Desporto concedeu aos jogadores convocados para estas partidas a oportunidade de colocar os seus nomes numa lista. Quem não o fizer será considerado como tendo optado por não jogar e não representará mais a seleção nacional", advertiu.

A FIFA não indicou as consequências dessa anulação para o Grupo H, liderado pela já qualificada Tunísia, com 22 pontos, seguido da Namíbia, com 15, e da Libéria, com 14, ambas com mais um jogo e hipóteses de aceder ao play-off africano, enquanto o Malawi e a Guiné Equatorial têm 10 cada e São Tomé e Príncipe é sexto e último, ainda a zeros.

Os equato-guineenses já tinham sido sancionados com duas derrotas administrativas na corrida ao Mundial'2026 por terem utilizado de forma irregular Emilio Nsue, recordista de golos pela seleção do seu país (21), na receção à Namíbia e na visita à Libéria, dois encontros em que tinham vencido por 1-0, precisamente com tentos daquele avançado.

A Guiné Equatorial vai receber a Libéria na segunda-feira, em Malabo, no fecho do Grupo H, sendo que os vencedores das nove 'poules' acedem diretamente à fase final do Campeonato do Mundo, enquanto os quatro melhores segundos classificados avançam para os play-offs, definindo o representante africano na repescagem intercontinental.

A 23.ª edição do Mundial decorre entre 11 de junho e 19 de julho de 2026 e contará pela primeira vez com 48 seleções participantes, numa inédita organização tripartida entre Estados Unidos, México e Canadá, todos automaticamente qualificados como anfitriões, aos quais se juntam já 17 seleções apuradas.

Por Lusa
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