O mercado de transferências lá vai, aos solavancos, registando movimentações de milhões para a temporada 2014/15, cada vez menos condicionado pelas limitações resultantes do campeonato do Mundo, cujo título será disputado no domingo, entre Alemanha e Argentina.

Não serão clubes destes dois países que vão liderar o mercado, embora a Bundesliga possua enorme poder financeiro e apresente já um volume de negócios ao nível da Premier League, com uma distribuição de riqueza assinalável, ao contrário do que sucede com as restantes competições que compõem o grupo de cinco maiores competições da Europa: La Liga (Espanha), Serie A (Itália) e Ligue 1 (França).

De França vem a transferência mais cara até agora registada para 2014/15. Por David Luiz, o Paris Saint-Germain (PSG) pagou 49,5 milhões de euros ao Chelsea. Um defesa-central lidera assim uma lista onde os avançados costumam dominar. Mas tudo indica que não será por muito tempo.

A negociações entre Liverpool e Barcelona podem terminar com Luis Suárez a trocar Anfield pelo Camp Nou, numa transferência registada por 75 milhões de libras (94,30 milhões de euros), aproximando-se do recorde pago pelo Real Madrid a Manchester United por Cristiano Ronaldo (Manchester United, 2009) e Gareth Bale (Tottenham, 2013).

O homens que têm por missão marcar golos continuarão assim a dominar a tabela em 2014/15, na senda da temporada passada, quando Radamel Falcão (Atlético Madrid para o Monaco) e Edinson Cavani (Nápoles para o PSG), ao encabeçarem negócios de 60 e 64,5 milhões de euros, respetivamente, que só foram superados pelo extremo Gareth Bale.

Sem Suárez confirmado no Barça, Diego Costa protagoniza, até agora, a transferência mais cara de um avançado. O Chelsea pagou 38 milhões de euros ao Atlético Madrid pelo hispano-brasileiro, "roubando" o terceiro melhor marcador à liga espanhola.

Sem o autor de 27 dos 77 golos da equipa em 2013/14, os colchoneros foram à procura de um substituto à altura e elegeram Mario Mandzukic, croata "mal-amado" no Bayern Munique, onde marcou 28 golos, menos dois do que o líder da tabela, Robert Lewandowski, o polaco que veio do Borussia Dortmund para lhe tirar o lugar no clube da Baviera.

No entanto, o Bayern pode gabar-se de ter feito um bom negócio, pois Lewandowski, em final de contrato com o Borussia Dortmund, chegou a custo zero, embolsando depois 22 milhões de euros com a venda de Mandzukic ao Atlético Madrid.

Já o Borussia Dortmund, para substituir Lewandowski, cujo valor de mercado ascende a 50 milhões de euros, teve de abrir os cordões à bolsa de forma a garantir as contratações do internacional italiano Ciro Immobile e do internacional colombiano Adrián Ramos: o Torino recebeu 19,4 milhões de euros e o Hertha 9,7 milhões.

Itália está como França, com os avançados em baixa no que toca a mexidas no mercado. De resto, a previsão é que se verifique apenas uma grande contratação, protagonizada pela campeã em título Juventus. Pela transferência de Álvaro Morata, o clube de Turim oferece uma verba a rondar os 20 milhões de euros ao Real Madrid.

Na Ligue 1, o Marselha ajudou a fazer o mercado mexer, ao contratar Michy Batshuai dos belgas do Standard Liège  por seis milhões de euros. Mas, até ao fecho do mercado ainda falta mais de mês e meio e há tempo para mais operações, embora os clubes mais ricos de França, PSG e Monaco, só devam intervir no caso de venderem primeiro. Campeão e vice-campeão estão disponíveis para negociar Edinson Cavani(Manchester United) e Radamel Falcão (Real Madrid).

Assim, o maior investimento até à data pertence à Bundesliga, com os sete avançados mais caros a representarem 57,4 milhões de euros. Um valor que está perfeitamente ao alcance da Premier League, onde Diego Costa e Ricky Lambert (Southampton para o Liverpool, por 5.5 milhões) chegam para somar 43,5 milhões.

Segue-se a liga espanhola, com 30 milhões de euros divididos entre Mandzukic e Alfred Finnbogason (Heerenveen para a Real Sociedad, por 8 milhões) - se Suárez chegar para o Barcelona pelo verba que tem sido referida, o total suplantará o investimento de todas as competições rivais.