«Bola de Ouro»: Luís Figo bate Zidane por 16 pontos

«Bola de Ouro»: Luís Figo bate Zidane por 16 pontos
«Bola de Ouro»: Luís Figo bate Zidane por 16 pontos

O português Luís Figo bateu Zinedine Zidane por 16 pontos e tornou-se no 45º jogador a vencer a "Bola de Ouro" da revista "France Football". O internacional luso contabilizou 197 votos contra 181 do gaulês, provocando o inverso do verificado no troféu da FIFA, com Zidane a ser eleito como o melhor do ano.

Nos lugares seguintes surgem Shevchenko (Milan, 85 pontos), Thierry Henry (Arsenal, 57 pontos) e Nesta e Rivaldo (Lazio e Barcelona, 39 pontos). O “blaugrana” havia vencido em 1999.

Luís Figo é o segundo português a ganhar o troféu (depois de Eusébio em 1965), e o terceiro do Real Madrid, atrás de Di Stefano (1957 e 59) e Raymond Kopa (1958).

Falta de títulos não foi determinante

Depois de no último defeso ter protagonizado a mais cara transferência da história, ao rumar do FC Barcelona para o Real Madrid a troco de 12 milhões de contos, o internacional luso vê reconhecida desta forma as suas excelentes actuações ao longo do ano. O prémio é tão mais significativo tendo em conta que Figo nada ganhou em termos colectivos em 2000: segundo na Liga espanhola, semi-finalista do Campeonato da Europa, Liga dos Campeões e Taça do Rei e, já ao serviço do Real Madrid, derrotado na Supertaça Europeia (pelo Galatasaray) e na Taça Intercontinental (pelo Boca Juniors).

Para os jornalistas que elegeram o melhor jogador a actuar na Europa, esse "pormenor" não foi determinante e Figo passa, assim, a figurar num grupo de elite, junto a Eusébio, Cruyff, Platini, Van Basten, Di Stefano, Beckenbauer, Keegan, Rummenigge, Yashine, Gullit, Ronaldo, Zidane, Rivaldo e também Maradona (prémio especial em 1995) e Pelé (eleito o melhor do século).

Em 45 edições, Figo é o 35º futebolista a arrecadar o prémio, que sete futebolistas já conseguiram mais de uma vez (Cruyff, Platini e Van Basten três e Di Stefano, Beckanbauer, Keegan e Rummennigge duas) e já foi ganho por jogadores de 16 países.

Ano 2000 em grande forma

Um drible estonteante, que lhe permite vencer a maioria dos duelos individuais, uma invulgar facilidade em oferecer golos e uma natural capacidade de liderança, assumindo sempre a responsabilidade quando os companheiros fraquejam, terão sido decisivos para a eleição.

Ao longo de 2000, Luís Figo realizou uma série inesgotável de magníficas exibições nos 62 encontros que disputou: 27 aos serviço do FC Barcelona (sete golos), 22 pelo Real Madrid (seis golos) e 13 pela selecção nacional (seis golos).

As manifestações que recebeu em Barcelona, quando aí se deslocou a 21 de Outubro para defrontar o ex-clube, demonstram tudo o que Luís Figo representava para os adeptos do clube e, com a selecção, é um ídolo em qualquer palco, seja em Portugal, na Estónia ou na Holanda.

Finalmente a afirmação

Depois de muitos anos a "brilhar" e, sobretudo, a fazer "cintilar" os outros, o jogador português viu, finalmente, reconhecida a sua categoria, que cedo se começou a revelar, quando, ainda miúdo, trocou o "Pastilhas" pelo Sporting. Em Alvalade, percorreu todas as categorias e sagrou-se campeão nacional de iniciados (1986/87), começando também prematuramente a destacar-se nas selecções jovens, pelas quais cumpriu 61 jogos (sete nas esperanças, 33 nos juniores e 21 nos juvenis).

Com Carlos Queirós como "mestre", Figo sagrou-se campeão europeu de sub-16, na Dinamarca (1989), e campeão mundial de sub-20, juntamente com Rui Costa, João Pinto, Rui Bento, Jorge Costa, Peixe, Capucho e Abel Xavier, em Portugal (1991). Após o título mundial de Lisboa, o médio luso foi aposta imediata no plantel principal do Sporting, pelo qual cumpriu 34 encontros, em 1991/92, época em que também se estreou pela selecção A - a 12 de Outubro de 1991, num particular no Luxemburgo (1-1).

Nas três temporadas seguintes (1992/93 a 1994/95), Luís Figo continuou a encantar os adeptos leoninos, mas nunca conseguiu alcançar o tão almejado título nacional, ficando-se pela conquista de uma Taça de Portugal (2-0 ao Marítimo, em 1994/95).

O "defeso" seguinte foi muito tempestuoso para o jogador português, que assinou simultaneamente contratos com o Parma e a Juventus e acabou por ver interdita a sua entrada no "calcio" italiano, algo muito bem aproveitado pelo FC Barcelona, que o contratou por uns "míseros" 400 mil contos.

Na Catalunha, Figo impôs-se como titular desde o primeiro instante e, em cinco épocas, conquistou diversos títulos: duas ligas Espanholas (97/98 e 98/99), duas taças do Rei (96/97 e 97/98), uma Taça das Taças (96/97) e uma Supertaça Europeia (96/97).

Aos poucos, a importância do português na equipa catalã foi crescendo e, na época passada, foram muitas as vezes em que Luís Figo envergou a braçadeira de "capitão". O português era o grande ídolo dos adeptos, até que, no último defeso, depois de ter deslumbrado no Euro-2000, assinou... pelo Real Madrid.

Numa campanha eleitoral muito mediática, um dos candidatos à presidência dos "merengues" acenou a Figo com um contrato milionário, aceite pelo português. Com a vitória de Florentino Perez, o português acabaria por tornar-se o mais caro futebolista da história. A troco de cerca de 12 milhões de contos, a quantia que o Real Madrid depositou nos cofres da Liga Espanhola para pagar a cláusula de rescisão do contrato, Figo iniciou uma nova etapa na sua carreira e tem exibido em Madrid a classe que faz dele um dos melhores jogadores do Mundo.

Relação dos vencedores nas últimos doze anos

1989 - 1. Van Basten (Holanda, Milan ), 2. Baresi (Itália, Milan), Rijkaard (Holanda, Milan)

1990 - 1. Matthaeus (Alemanha, Inter Milão), 2. Schillaci (Itália, Juventus), 3. Brehme (Alemanha, Inter Milão)

1991 - 1. Papin (França, Marselha), 2. Matthaeus (Alemanha, Inter Milão), Pancev et Savicevic (Jugoslávia, Estrela Vermelha)

1992 - 1. Van Basten (Holanda, Milan), 2. Stoichkov (Bulgária, Barcelona), 3. Bergkamp (Holanda, Ajax)

1993 - 1. R. Baggio (Itália, Juventus), 2. Bergkamp (Holanda, Inter Milão), 3. Cantona (França, Manchester United)

1994 - 1. Stoichkov (Bulgária, Barcelona), 2. R. Baggio (Itália, Juventus), 3. Maldini (Itália, Milan)

1995 - 1. Weah (Libéria, Milan), 2. Klinsmann (Alemanha, Bayern Munique), 3. Litmanen (Finlândia, Ajax)

1996 - 1. Sammer (Alemanha, Borússia Dortmund), 2. Ronaldo (Brasil, Barcelona), 3. Shearer (Inglaterra, Newcastle)

1997 - 1. Ronaldo (Brasil, Inter Milão), 2. Mijatovic (Jugoslávia, Real Madrid), 3. Zidane (França, Juventus).

1998 - 1. Zidane (França, Juventus), 2. Suker (Croácia, Real Madrid), 3. Ronaldo (Brasil, Inter Milão).

1999 - 1. Rivaldo (Brasil, Barcelona), 2. David Beckham (Inglaterra, Manchester United), 3. Shevchenko (Ucrânia, Milan).

2000 - 1. Luís Figo (Portugal, Real Madrid), 2. Zidane (França, Juventus), 3. Shevchenko (Ucrânia, Milan)

Deixe o seu comentário
Newsletters RecordReceba gratuitamente no seu email a Newsletter Premium ver exemplo
Ultimas de Internacional
Notícias
Notícias Mais Vistas