A verdade é que em 2012, Blazer renunciou a todos os cargos na Concacaf e na FIFA e praticamente deixou de ser visto em público. E desde então Joseph Blatter nunca mais visitou os Estados Unidos...
É uma teia de negócios pouco claros controlada por uma dúzia de homens de quatro ou cinco países americanos, aquela que começou a ser exposta esta quarta-feira com a detenção de vários dirigentes do futebol internacional em vésperas do Congresso da FIFA, em Zurique. É, acima de tudo, uma teia americana, que vinha sendo transmitida de pais para filhos.
À frente da “rede” estão o antigo e o atual presidente da Concacaf, a Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caraíbas, Jack Warner (Trindade e Tobago) e Jeffrey Webb (Ilhas Caimão), mas também o antigo presidente da congénere da América do Sul (Conmebol), Nicolás Leoz (Paraguai). Como se não bastasse, há atuais e antigos presidentes de federações nacionais implicados, como José Maria Marin (Brasil), Rafael Esquível (Venezuela), Eduardo Li (Costa Rica), Eugenio Figueiredo (Paraguai) e Julio Rocha (Nicarágua).
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Os nomes que, aparentemente, escapam são de outros gigantes do futebol sul-americano e mundial – o falecido Júlio Grondona (Argentina), João Havelange (Brasil) e, claro, Joseph Blatter (Suíça). Qualquer pessoa conhecedora dos bastidores do futebol mundial dirá que nada se passava, negociava e decidia sem o conhecimento e consentimento de pelo menos um deles.
Mas se não fosse a colaboração de um dos envolvidos, talvez nunca se tivessem reunido provas que levassem a justiça a avançar para a acção que despertou Zurique na manhã desta quarta-feira. O nome desse envolvido é Charles (Chuck) Blazer, antigo secretário-geral da Concacaf e membro do Comité Executivo da FIFA, cujas reuniões terá, alegadamente, gravado a pedido do FBI como troca de um perdão parcial das acusações de que era alvo.
De falido a milionário
Nos anos 1990, Blazer associou-se a Jack Warner e ajudou-o a conquistar a presidente da Concacaf, à custa dos votos dos pequenos países das Caraíbas. Numa década, os dois ficaram milionários mas as federações e o futebol da região mantiveram-se num plano secundário, por comparação com outras confederações. A ganância acabou por os denunciar e um ano depois do Mundial da África do Sul, Jack Warner teve de demitir-se após um escândalo de venda ilegal de bilhetes.
Blazer passou de um empresário falido em 1989 a um multimilionário gestor da Concacaf que cobrava dez pro cento de todos os contratos relacionados com direitos televisivos, comerciais ou desportivos. O seu escritório em Nova Iorque custava 15 mil dólares de aluguer por semana e só viajava em primeira classe, sempre às custas da Concacaf.
O estilo espampanante de Blazer despertou a atenção das autoridades dos Estados Unidos e fazendo lembrar o que se passou com o famoso Al Capone, no início do século XX, foi o IRS que o apanhou. O FBI entrou em cena e Blazer terá aceitado colaborar na recolha de provas contra diversos elementos ligados à FIFA, algo que o próprio sempre negou.
A verdade é que em 2012, Blazer renunciou a todos os cargos na Concacaf e na FIFA e praticamente deixou de ser visto em público. E desde então Joseph Blatter nunca mais visitou os Estados Unidos.
Chuck Blazer deu-se como “culpado” das acusações em novembro de 2013 e desde então já devolveu quase 1,7 milhões de euros em impostos atrasados. Os filhos de Jack Warner, seu antigo sócio, Daryan e Daryl Warner, também envolvidos nos escândalos, também se deram por culpados. O mesmo aconteceu com José Hawilla, o brasileiro fundador da Traffic, e as duas empresas do grupo no Brasil e nos Estados Unidos.
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