Clubes europeus já se preparavam para enviar jatos particulares: seleção da Nigéria deixou a Líbia ao fim de 19 horas "refém"

Depois de o avião ter sido desviado para um aeroporto secundário, líbios recusaram vender combustível para abastecer a aeronave

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Portas fechadas, bagagem amontoada e jogadores retidos: o drama da Nigéria em aeroporto da Líbia

Foram mais de 19 horas retidos num aeroporto secundário da Líbia, "reféns" - como escreveu Wilfred Ndidi, médio do Leicester -, mas os meios diplomáticos conseguiram finalmente desbloquear a situação. A seleção da Nigéria está de regresso ao país depois de ter passado por um autêntico pesadelo, que fez com que os jogadores, que deixaram o país natal com o intuito de disputar um jogo de apuramento para a Taça das Nações Africanas - partida que já não vai realizar-se - ficassem presos num aeroporto líbio, cansados, com fome, sem dormir e revoltados.

Os futebolistas foram contando nas redes sociais que o avião foi desviado já durante a descida, alegadamente por ordem do governo da Líbia, do aeroporto de Benghazi para o de Al-Abraq, com a equipa a ficar ali retida durante largas horas, sem comida ou local para dormir.

Ao que parece tratou-se de uma espécie de retaliação dos líbios relativamente à forma como foram tratados no jogo que fizeram na Nigéria, mas a verdade que o incidente gerou uma onda de indignação. Segundo relatou o fotojornalista nigeriano Sulaimon Adebayo, popularmente conhecido como Pooja, alguns clubes europeus já se preparavam para enviar jatos privados ao local, de modo a regatar os seus craques. Ainda há poucas horas Victor Boniface, jogador do Bayer Leverkusen, escrevia nas redes sociais uma mensagem preocupante: "Isto agora está assustador, vocês podem ficar com os pontos, apenas queremos voltar para casa."

O governo da Nigéria interveio, mas aparentemente as negociações não foram fáceis, pois os líbios não só se recusavam a vender combustível para abastecer a aeronave, como também não davam autorização para o avião levantar voo. No entanto, a situação foi desbloqueada. Segundo Sulaimon Adebayo, a Nigéria teve de pagar o combustível a um preço cinco vezes superior ao normal.

Na Nigéria diz-se também que o presidente da Confederação Africana de Futebol contactou o ministro do desporto do país, apelando no sentido de o jogo ser disputado amanhã, mas o governante colocou-se ao lado da equipa e mostrou-se irredutível, garantindo que a seleção vai mesmo voltar para casa. 

Por Isabel Dantas
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