Gil: «Sair do Benfica foi o único erro da minha carreira»

Campeão do mundo de sub-20 em 1991, o avançado está agora no modesto Hendon FC e recorda com saudade os tempos passados ao lado de Figo e Rui Costa

Londres – Conheceu a glória em 1991 quando se sagrou campeão do mundo de sub-20 em Lisboa. Hoje, Gil Gomes é apenas o Nélson, jogador da equipa de reservas do Hendon FC, clube amador do Norte de Londres.

Aos 28 anos, Gil, o mesmo que actuou ao lado de Luís Figo, Rui Costa, João Pinto, Jorge Costa ou Capucho, atingiu o ponto mais baixo da sua carreira de futebolista, num processo que se iniciou logo após ter trocado o Benfica pelos franceses do Tours.

Numa entrevista ao jornal local ”Barnet Press”, Gil não deixou de reconhecer os seus erros, enquanto exibia uma foto de 1991 e apontava com orgulho: ”Este sou sou, este é o Luís [Figo], o Rui Costa, o João Pinto...”

”Perdi o contacto com o Luís e com o resto da equipa porque quis ir jogar para o estrangeiro quando ainda era muito novo. A última vez que falei com eles deve ter sido há dois ou três anos atrás. Não tive a sorte do Luís ou do Rui Costa, pois fui para más equipas e tudo fica mais difícil quando não se muda para clubes de topo”, assinalou.

Segundo Gil, o seu declínio como futebolista começou a partir do momento em que trocou o Benfica por uma formação secundária do futebol francês. ”Foi o único erro na minha carreira, até porque eu gostava do Benfica, mas era uma oportunidade para melhorar. Só que fui para a equipa errada”, salientou.

O avançado, nascido em Angola, atribui as culpas ao seu empresário da altura: ”Disse-me que era melhor para mim ir jogar numa equipa da I Divisão francesa. Eu, sendo um jogador jovem, disse que sim mas só quando cheguei lá é que descobri que se tratava de um clube da II Divisão.”

Descer até ao... autocarro

Depois da experiência gaulesa (92-93), Gil ainda representou Sp. Braga (93-94), Estrela da Amadora (94-95) e os suíços do Yverdon (95 a 97), equipa da II Divisão. Seguiu-se uma passagem pelo Jacksonville Cyclones (EUA) e um salto a Itália, ao terciário Avellino. Até que o treinador da equipa de sub-14 do Hendon FC, Dragan Jenic, o viu a actuar, no ano passado, no Welwitchla, equipa da comunidade portuguesa de Londres e achou que ali havia talento.

”Tem uma grande capacidade técnica e se se impuser nas reservas talvez chegue à primeira equipa. Quando o vi achei que algo estava errado, um jogador daqueles não podia estar a jogar neste nível”, confessou o técnico.

Certo é que longe vai o tempo em que Gil conduzia para o Estádio da Luz. Hoje tem de apanhar o autocarro para ir jogar num ”futebol muito rápido, como não estava habituado”, segundo confessou depois da estreia frente ao Wembley.

”Além disso, só treinamos duas vezes por semana, o que não é suficiente para um profissional. Mas tenho de preparar-me, pois não jogo há muito tempo”, admitiu.

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