O futebol italiano parece apostado em apagar de vez a imagem feia do catenaccio, o sistema superdefensivo que nos anos 1970 e 1980 fez escola. Agora, parece que em vez de procurarem em primeiro lugar não sofrer golos, as equipas italianas apostam em marcar cada vez mais tentos.

O exemplo deste fim-de-semana, na segunda jornada da Serie A, é claro: com 28 golos marcados foi aquela onde se registaram mais golos entre as maiores ligas europeias, à frente da Alemanha e Inglaterra, com 26 golos (sendo que em Inglaterra e em Itália falta disputar-se um jogo). Apenas na Bélgica se marcaram mais golos – 33. No lado oposto ficaram campeonatos como o francês e o português, apenas com 20 golos.

Para o festival de golos verificado na segunda jornada da Serie A muito contribuíram as duas equipas de Milão, com o Inter a golear o Sassuolo por 7-0 e o AC Milan a ir ganhar ao campo do Parma por 5-4. Nos dois casos, são resultados raros: o Inter não marcava 7 ou mais golos em casa desde 14 de abril de 1996 quando bateu o Padova por 8-2, enquanto o AC Milan não conseguia fazer 5 golos fora de casa desde 15 de março de 2009, quando foi ao terreno do Siena vencer por 5-1.

Se Inter e AC Milan foram os “culpados” pela chuva de golos em Itália, pode dizer-se quase o mesmo do Benfica, cujos 5-0 no Bonfim frente ao V. Setúbal, garantiram 25% dos golos marcados na quarta ronda do campeonato português.

O brasileiro Talisca, autor de 3 dos golos encarnados, assumiu-se como um dos protagonistas europeus do fim-de-semana, já que, entre as grandes ligas europeias, apenas 3 outros jogadores conseguiram tal feito: Diego Costa (Chelsea), Mauro Icardi (Inter) e Abiola Dauda (Vitesse).