14/01/2025

«Liverpool? Quando percebi que para mim bastava...»: tudo o que Klopp disse na primeira conferência pela Red Bull

Alemão, que assumiu funções na organização como Chefe de Futebol Global, falou sobre a saída do clube inglês e o novo desafio na carreira

15:02 14.01.2025

Terminou a conferência de imprensa de Jürgen Klopp

15:01 14.01.2025

Existem muitos desportos no mundo Red Bull. Há algum pelo qual, ou até mesmo algum tipo de evento específico, em que esteja verdadeiramente interessado em assistir?

"Eu quero assistir a muitos. Mas terei certamente que ver primeiro que tempo terei na minha agenda para isso. Claro que gostaria de marcar presença em alguns eventos, e certamente que irei fazê-lo porque terei tempo para isso, mas se estivermos a falar de jogar, posso dizer que adoro padel, também porque jogo. Mas também nunca assisti a uma corrida de Fórmula 1, por exemplo, e gostava. Também nunca vi uma corrida de ski, há muitos desportos aos quais eu nunca assisti. Tenho uma lista repleta de desportos que quero assistir e nunca tive essa oportunidade, mas agora terei esse atalho através da Red Bull."

14:57 14.01.2025

Digamos que Jürgen Klopp deixa a Red Bull no futuro. O que gostaria que dissessem sobre si daqui a uns 30 ou 40 anos?

"Que foi um período fantástico enquanto cá estive, que fizemos grandes coisas, grandes alterações e que ajudámos a melhorar e a evoluir. Eu sei que as pessoas estão muito entusiasmadas com tudo isto, eu sei que estão. Mas vamos tentar. Vamos trabalhar. Não queremos desperdiçar tempo. Queremos realmente ajudar e trabalhar. Sinto-me muito responsável por tudo aquilo que me diz respeito."

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14:54 14.01.2025

Quão cansativo é ser Jürgen Klopp?

"Nos últimos sete meses até que estivemos bem e foi bom ser o Jürgen Klopp porque encontrei o meu pequeno canto para sossegar um pouco, mas agora estamos novamente cá fora e temos de voltar a habituar-nos a tudo isto. Espero que tudo acalme mais um pouco. É verdade que a Red Bull nunca teve ninguém como eu, entre aspas, uma pessoa assim tão famosa, mas para todos os efeitos eu sou apenas um trabalhador como todos os outros. E, para mim, isso é muito engraçado. Tenho 57 anos e de certa forma já estou habituado. Posso dizer que em 80% das ocasiões é normal e que os outros 20% são, de certa forma, especiais. Mas é a minha vida e estou feliz por estar aqui. Se podia ser diferente? Podia. Há momentos em que gosto mais, outros em que gosto menos, mas já estou de certa forma habituado."

14:47 14.01.2025

Sente pressão?

"Não, nunca senti, apesar de saber que ela existe sempre. Estive recentemente no estádio do RB Leipzig e sei que se o RB Leipzig tivesse perdido nesse jogo que na imprensa sairia algo como 'Klopp sofre a primeira derrota'. É o mundo em que vivemos atualmente. Sempre que estava num estádio eu virava-me e as câmaras viravam comigo. Sempre foi algo que me irritava, mas eu tentava ignorar e fazer sempre as coisas certas nos momentos certos. É o mundo em que vivemos e às vezes temos de viver assim. Mas espero que tudo se acalme um pouco agora e que consigamos fazer o nosso trabalho da melhor forma possível, que é a única coisa que nós precisamos neste momento."

14:42 14.01.2025

O que pretende fazer no futebol do Grupo Red Bull?

"Eu tenho as minhas ideias, o problema é que se revelarmos as nossas ideias para fora depois irão questionar-nos todos os dias. No futuro, espero que não esteja eu numa conferência de imprensa mas sim um dos nossos treinadores e que ele diga: 'Uau, agora sim. Isto sim é uma grande mudança e evolução'. Preferia que isso acontecesse no futuro do que agora estar a dizer-vos quais são as minhas ideias. A base para o desenvolvimento no futebol é o tempo que temos ou não temos. Conheço muito bem Ralf Rangnick, é uma grande pessoa, um grande profissional, gosto muito dele e fez um grande trabalho. Mas na altura falávamos de um ou dois clubes, agora são mais e o futebol continua a evoluir a cada dia que passa. Mas criaram uma grande base e nós temos de aproveitar essa base para continuarmos a construir o futuro. Se resultar, é porque estaremos muito ocupados, se não resultar é porque estaremos igualmente muito ocupados. Queremos muito começar e ajudar."

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14:28 14.01.2025

É conhecido pela forma como expressa as suas emoções e pela energia que muitas vezes carrega consigo. Já pensou na forma como conseguirá distribuir essa energia para os diferentes treinadores e clubes do Grupo Red Bull?

"Já tive centenas e centenas de vezes na linha lateral e as pessoas já tiveram a oportunidade de ver-me totalmente louco junto ao banco durante um jogo. Mas o meu trabalho era muito mais do que o ponto de vista estratégico apenas. Tive três clubes na minha carreira enquanto treinador, com grandes pessoas a trabalhar em todos eles. Juntos, conseguimos melhorar todos esses clubes. Foi assim quando saí do Mainz para o Dortmund, clube onde tivemos de virar tudo do avesso e tentar melhorar tudo utilizando aquilo que tínhamos no momento. Quando cheguei ao Borussia Dortmund, um clube com uma grande história, tivemos de criar novos campos de treino e, depois, o Liverpool também tinha os seus problemas. Sempre estive interessado nas infraestruturas, na estrutura no geral, na cultura... e sei que grande parte do sucesso está associado a tudo isso. Seja quando estás a lutar pelos primeiros lugares ou até mesmo quando estás a lutar para subir de divisão, não dá para fazer sempre tudo da forma como pretendemos ou de forma perfeita. É preciso olhar, tentar perceber e depois não mudar só por mudar. É preciso mudar apenas quando se é para mudar para melhor. Vejo-me como um conselheiro e o que define um bom conselheiro é o conselho que muitas vezes damos. Eu não sou aquele tipo de pessoa que diz 'bem, eu faria assim' e depois viro as costas e vou-me embora. O mais interessante é perceber o porquê de fazermos as coisas de tal forma e o porquê de resultarem ou não. Sim, eu sou a pessoa com mais experiência no futebol na Red Bull, mas também em todas as reuniões em que estive eu era igualmente a pessoa mais velha na sala. É uma equipa muito jovem, o que é sempre muito bom, mas também consegue ser irritante. Estamos prontos para começar, para evoluirmos e ajudarmos a evoluir."

14:10 14.01.2025

Quão entusiasmante poderá ser para o Jürgen ajudar jovens treinadores ou até mesmo ajudar a montar novas estruturas nos clubes?

"Quando estás na Red Bull, eu acredito que tens de fazer as coisas de uma certa forma. É algo que acontece em todos os desportos. A Fórmula 1, por exemplo, é extremamente veloz ou até perigosa e todo esse tipo de coisas. Em nenhuma das ligas onde estamos os nossos clubes são os favoritos a vencer, então todas as temporadas é um novo desafio e a minha missão será acompanhar esse desafio constante. Tudo o que eu fiz até agora descreve como tem sido a minha carreira. Nunca fui o favorito, talvez algumas vezes tenha sido, mas raramente acontecia e podemos ver que as minhas equipas se esforçaram muito para conseguir chegar lá. Mas, como tudo na vida, é preciso tempo. No futebol, não podemos querer mudar as coisas da noite para o dia. Não quero dizer às pessoas o que devem ou não fazer, gostava sim de conseguir convencê-las se eu estiver 100 por cento certo de que algo funciona. Se eu perceber que aquilo que elas me dizem é o que está certo, aceitarei igualmente de bom grado. Tenho uma grande equipa comigo e queremos mesmo começar a trabalhar e ajudar a melhorar todos os nossos clubes de futebol e, quem sabe, todos os desportos onde estamos representados."

13:59 14.01.2025

O que perspetiva para esta nova função e como a definiria?

"Vamos ver. Tal como eu já disse, será muito sobre partilhar experiências. Saber como realmente funcionará, isso veremos mais tarde. No futebol não funciona assim. Temos equipas que são totalmente diferentes e nós temos equipas de países e culturas totalmente distintas e em contextos também eles diferentes nos seus países. Temos uma equipa da segunda divisão no Japão [Omiya Ardija], outra da primeira divisão no Brasil [RB Bragantino], temos o RB Leipzig, o New York Red Bull... e em alguns desses contextos terei uma função mais de conselheiro. Todos os clubes têm o seu CEO, a sua própria estrutura do futebol profissional, o seu diretor de futebol, então eu nunca fui nem nunca serei aquela pessoa que chega e diz como é que as pessoas devem fazer o seu trabalho. Sou aquela pessoa que acredita que um líder tem de saber, sobretudo, ouvir as pessoas e eu irei ouvir o que todas elas tiverem para me dizer e tentar perceber o que precisam. Tal como já tive a oportunidade de dizer, eu sou um livro aberto. Terão uma resposta minha para tudo aquilo que me perguntarem, desde que eu consiga responder ou então consiga procurar uma forma de responder. Sinto-me muito bem porque para mim é muito fácil identificar-me com a filosofia da Red Bull. Estou entusiasmado. Terei a oportunidade de conhecer pessoas novas de desportos totalmente diferentes e aprender tanto com elas. Na fase em que me encontro na minha vida, não tenho dúvidas de que este é o passo certo a dar."

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13:45 14.01.2025

Poderia muito bem exercer qualquer tipo de função em qualquer clube ou até mesmo seleção. Porquê a Red Bull?

"Exatamente porque esta é uma função totalmente nova para mim. Sempre fiquei impressionado por tudo aquilo que a Red Bull tem feito nos últimos anos. Para falar a verdade, não sei quantos desportos existiriam por aí fora se não fosse a Red Bull. Por exemplo, se virem um avião a andar sobre uma ponte, muito provavelmente será um avião da Red Bull. Sempre disse que amava aquilo que fazia, mas a partir do momento em que eu sinto que não sou a pessoa certa para a função, e foi sempre assim em todos os clubes pelos quais passei, o Mainz, o Borussia Dortmund, o Liverpool, eu digo-o. Sou brutalmente honesto comigo mesmo e quando eu imediatamente percebi que para mim já bastava, acabei por sair. Fiz mais de 1000 jogos como treinador, e estou só a contar os jogos oficiais, sei contar com os jogos de preparação ou de pré-época. Fiz centenas de conferências de imprensa e já não queria continuar com tudo isso. Eu sei que nem todas as pessoas no Mundo têm a possibilidade de decidir que não querem continuar a trabalhar, mas eu também nunca disse que não queria voltar a trabalhar. Apenas queria um novo começo para mim em termos profissionais e esta foi a oportunidade certa. Agora será muito sobre encontrar sinergias entre os vários desportos. Em todos os sítios onde estive, tive a possibilidade de sempre dar-me bem e é exatamente isso que eu quero agora nesta nova função na Red Bull. Se eu puder ajudar de qualquer forma, já ficarei extremamente satisfeito."

13:32 14.01.2025

Como a Red Bull conseguiu convencê-lo a aceitar este convite?

"Não foi propriamente um grande problema. Tive algumas reuniões, fui ouvindo algumas coisas a respeito de tudo isto mas a verdade é que eu não tinha quaisquer planos para o futuro, nem mesmo neste sentido. Quando eu era treinador, era-o a 100 por cento. Sempre quis a melhor versão de mim mesmo enquanto treinador, mas quando estás num trabalho como eu estive durante 24 ou 25 anos é super intenso. A questão é que eu sou uma pessoa muito muito curiosa e já não conseguia ver mais essa minha faceta jogo após jogo. Não estava extremamente feliz. Quero estar sempre a aprender coisas novas e quando tomei conhecimento desta forma soube desde o primeiro momento que este seria o passo certo para mim. Em apenas uma semana já aprendi tanto sobre a Red Bull, a filosofia e muitas outras coisas. Ainda não estive no Japão, no Brasil e além-mar, mas irei certamente a todos esses sítios. Quero partilhar toda a minha experiência, não preciso de guardá-la só para mim. Quero realmente ajudar a melhorar o futebol. Com esta função, não estarei todos os dias após os jogos a analisar as partidas, então teremos um planeamento completamente diferente e do qual, espero eu, que as equipas de futebol do Grupo Red Bull possam tirar proveito para evoluírem ainda mais. Estou de mente aberta para aprender todos os dias coisas novas."

13:23 14.01.2025

Um ano novo, um novo desafio. Um novo caminho na Red Bull e como Chefe de Futebol Global. O que significa tudo isto para ti?

"Antes de mais, isto é exatamente aquilo que eu queria fazer. Depois de ter terminado o meu percurso no Liverpool há cerca de sete meses, creio eu, uma decisão que eu tomei de forma consciente, disse que já não era a pessoa certa para o trabalho, mas nunca disse que nunca mais trabalharia. Uns meses depois, esta oportunidade surgiu e eu rapidamente me entusiasmei. Como é óbvio, estou sempre por dentro do mundo do desporto e quero continuar a fazer parte de tudo isto. A cada dia que passa, estou ciente de que não só estou muito entusiasmado com tudo isto como também acredito que conseguirei ser uma grande ajuda para o grupo. Eu gosto demasiado de futebol."

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