O Mundo à beira de virar para o século 21 encarou com escárnio a confissão de uma jovem estrela em ascesão. A começar pelo Brasil... o impacto foi de tal forma marcante que se fosse hoje, Kaká já não anunciaria aos sete ventos que casaria virgem.

"Essas piadas nunca me incomodaram porque aquela era realmente a minha convicção. Em nenhum momento isso foi um peso. Disse aquilo numa boa. E foi até aos 23 anos, até quando eu casei. Nunca houve nenhum problema. Agora, se me perguntarem se faria de tudo de novo, acho que não falaria sobre o assunto. Teria feito as coisas da mesma forma, mas não precisaria dessa exposição. Com a experiência que tenho hoje não teria aberto essa área tão privada da minha vida. Teria-me preservado um pouquinho mais", admitiu Kaká em entrevista ao portal UOL Esporte.

"Acho que é muito bom ser considerado um exemplo e uma referência, mas é também muito importante que cada um tenha a sua convicção pessoal. Sinceramente, não acho que um tipo quando estiver com a namorada se vai lembrar de mim naquela hora. Prefiro pregar a minha convicção em relação a Jesus do que lhe dizer o que fazer ou não fazer", prosseguiu, revelando depois como foi o processo de lidar com muito dinheiro quando ainda era bastante jovem:

"É agressivo para um menino de 17 ou 18 anos, desconhecido, que do nada se torna famoso. Passa a ter tudo da noite para o dia. Quando comecei a jogar e ter um salário um pouco mais alto começaram a aparecer as menininhas. Você começa a pensar fora da 'casinha', sabe? Começa a 'flutuar'."

"Foi a altura de cortar as asas. Ganhei um salário um pouco mais alto e disse: 'pai, quero comprar um carro", e  ele respondeu, "anda cá, calma aí, senta aqui que não é assim'. O facto de os meus pais me terem ajudado nisso, a perceber qual que era a realidade em todos os momentos, foi fundamental", encerrou Kaká.