Chegou a hora da decisão. Desde muito cedo que os adeptos começaram a rumar ao Morumbi, palco esgotado da decisão do 32.º Brasileirão, entre Santos e Corinthians, com pontapé de saída agendado para as 19 horas portuguesas. Em São Paulo, cerca de 30 graus de temperatura esperam os jogadores. O "Peixe" parte com dois golos de vantagem, o "Timão" tem de inverter o prejuízo, ante um conjunto que venceu os dois confrontos anteriores.

Emerson Leão, técnico santista, optou por abrir nova polémica, descontente com a nomeação de Carlos Eugénio Simon para arbitrar a decisão (a sua quinta consecutiva) – isto apesar do juiz gaúcho ter estado no Mundial e dirigido, recentemente, a Taça Inter- continental. "Já houve um caso com o Márcio Rezende de Freitas. Teremos pelo menos 35 mil torcedores e não será fácil para o Simon sair do Morumbi se ele prejudicar a nossa equipa", ameaçou o ex-seleccionador brasileiro, que optou por fazer descansar os jogadores no último treino efectuado em Jarinu, onde a equipa efectuou o estágio.

"Agora é hora de repousar o corpo e se concentrar para a partida", assinalou Leão, que não divulgou o onze titular, algo que só fará nos balneários. Ainda assim, os adeptos não escondem o optimismo. As duas claques organizadas, Torcida Jovem e Sangue Jovem, prometem grande espectáculo, com a direcção a optar por instalar dois ecrãs gigantes na Vila Belmiro, para todos os que não puderem ir a São Paulo.

Despeitado

Se Leão optou pelo descanso, Carlos Alberto Parreira, técnico corintiano não lhe ficou atrás. A equipa regressou a São Paulo depois de um estágio em Extrema (Minas Gerais) e treinou no seu Parque São Jorge, onde o técnico pediu para fazer uma foto do plantel no final do último apronto da época. Nas bancadas, os adeptos da Gaviões da Fiel, principal torcida do clube, não pararam de incitar os craques.

Apesar da boa disposição, Parreira mostrou-se desagradado com a atenção dada pela comunicação social à sua equipa: "Ninguém fala do Corinthians. A imprensa só fala do Santos, como se o jogo já estivesse ganho. Vai ser difícil mas a diferença não é abismal."