Maldini: 20 anos de glória

Contava o jovem “Paolino” tenros 10 anos quando Cesare Maldini lhe colocou a seguinte questão, já após se ter tornado evidente o talento nato do filho (pródigo) para a modalidade que notabilizara o notável progenitor, estóico defesa “rossonero” nas décadas de 50 e 60: “Onde queres jogar futebol? Podes escolher o Inter ou o Milan”.

Nos olhos do pequeno Maldini a dúvida instalou-se por um instante, mais não fosse pelo apreço nutrido por outro emblema, sediado fora da urbe Milão. “O meu pai nunca condicionou as minhas escolhas. O meu clube na altura era a Juventus, mas escolhi o Milan”, recorda Maldini: “Uns anos antes de deixar de estudar, acordava durante a noite, aterrorizado por não estar preparado para o exame de História no dia seguinte... A verdade é que jamais perdi o sono desde então, mesmo antes de uma partida de grande importância. Quando estava no terceiro ano do liceu, já me havia estreado na equipa principal do Milan. Mas não conseguia conciliar o futebol e a escola. Falei com os meus pais e abandonei os estudos.”

Paolo Maldini, por muitos considerado o “melhor defesa do Mundo desde que Beckenbauer encostou as chuteiras” – rápido, possante, ambidestro, bom no ar –, cumpriu, na derradeira jornada da Série A, ante a Udinese, 20 anos ao serviço do Milan, período durante o qual coleccionou 23 títulos, italianos e internacionais.

Presente

“Uma estreia como a minha, hoje em dia, não seria possível. Então havia espaço para os mais jovens. Estreei-me com 16 anos porque, com alguns titulares lesionados, era mais fácil. Hoje, com plantéis de 25 jogadores, é muito mais difícil para os jovens”, reconhece Maldini. “Celebro 20 anos no meu clube, na minha cidade e no mesmo clube onde jogou o meu pai. Acho que é uma bela história para contar aos netos”, resume o capitão “rossonero”, recordista de presenças na “squadra azzurra” (126) e de partidas internacionais com a braçadeira de capitão (74).

Recorde

“Não creio que seja um recorde imbatível. Jogadores como Cannavaro, Nesta e Buffon contam quase tantos jogos, e são ainda jovens”. Da “aventura” na selecção, um só amargo de boca: nunca nada ter conquistado, ao contrário do homem a quem roubou o estatuto de “re”" dos internacionais italianos, Dino Zoff, campeão mundial em 1982: “Ainda assim satisfez-me. Nada ganhámos, mas durante 15 anos fui protagonista, e guardo grandes memórias.”

Extremo

Para quem (ainda) o desconhece, Maldini iniciou a carreira como avançado, extremo que deambulava pela direita, aproveitando o “dom” ambidestro: “Um dos poucos arrependimentos é ter abandonado o meu posto no ataque, pois comecei na direita. Honestamente, não poderei dizer-me desiludido com a minha carreira... Seria absurdo. Tenho contrato até 2006 e no próximo Verão decidirei se continuo ou não. Não dependerá do estímulo mas do físico. Com o passar dos anos, os treinos são mais fatigantes. Baggio, coitado, teve de abandonar por isto mesmo...”

Quem é quem

Nome: Paolo Maldini

Data de nascimento: 26/06/1968

Naturalidade: Milão, Itália

Estado civil: Casado, com Adriana

Altura: 1,86 m

Peso: 83 kg

Cabelos: Negros

Olhos: Verdes

Estreia na Série A: 20/01/1985 (Udinese-Milan 1-1)

Jogos pelo Milan: 553 na Série A (25 golos); 142 em competições europeias (2); 72 na Taça de Itália (1)

Estreia na selecção: 31/03/1988 (Jugoslávia-Itália, 1-1)

Internacionalizações: 127 (7 golos)

Curiosidades

. Viveu com a mulher (Adriana), a irmã e o namorado desta, todos numa pequena casa, no início de carreira

. Primeiro automóvel foi um Volkswagen Golf

. Recusa-se a falar de futebol à mesa, especialmente em família

. Gostaria de ter vivido nos anos 60, apenas para poder assistir, ao vivo, a um concerto dos Beatles

. Foi "disc-jockey" numa popular rádio italiana e, apesar de algumas críticas nefastas, adorou a experiência

. Desporto favorito (extrafutebol): Ténis

. Música: Rap e hip-hop

. Actor e actriz favoritos: Robert de Niro e Demi Moore

. Carro: Mercedes

. Comida favorita: Pizza

. Local favorito: Piazza dei Miracoli

. Tem três irmãos (Donatella, Alessandro e Piercesare), é casado com Adriana, modelo de origem venezuelana, e tem dois filhos (Cristian e Daniel)

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