Confiança e vontade de vencer marcam a nova etapa do ex-boavisteiro, que deixa o Bessa ”com tristeza, mas orgulhoso”. A esta hora já está na Áustria com a equipa
UM pequeno contratempo relacionado com a reserva do voo para a Áustria, que o forçou a permanecer mais quatro horas em Portugal, marcou a partida de Mário Silva para a sua nova aventura, no Nantes, de França.
Situação que em nada abalou a tranquilidade do ex-axadrezado, apenas terá aumentado um pouco a ansiedade, no seguimento de uma noite ”curta mas serena”, e permitiu gozar as delícias de um último almoço ”à portuguesa”.
Ao contrário do que estava programado, Mário Silva seguiu directamente para a Áustria (Innsbruck, via Frankfurt), de molde a poder integrar-se de imediato no estágio que a equipa gaulesa leva a cabo em Reith-Seefeld, desde o passado dia 24 de Junho.
Uma alteração que permitirá ”uma mais rápida ambientação ao grupo, assim como desbravar caminho para conseguir as melhores condições físicas. O campeonato francês inicia-se a 22 de Julho e é fundamental estar bem para ser opção e ter alto rendimento”.
Embora sem esconder uma ponta de ansiedade, perfeitamente natural, o semblante de Mário Silva é de confiança, segurança e também muita vontade de vencer.
O jovem ex-axadrezado ainda está a viver em parte os ecos de ”uma das semanas mais intensas” da sua carreira, obrigado a decidir o futuro em poucas horas.
Refutando ter sentido pressão, Mário Silva admite ter-se tratado de ”uma proposta tentadora, quase irrecusável”, alicerçada num ”projecto ambicioso e um clube com óptimas condições e objectivos idênticos aos do Boavista”.
Contando com a ajuda dos novos companheiros, maioritariamente jovens como ele, Mário Silva mostra-se ”seguro quanto a uma rápida adaptação ao clube e ao grupo” e espera ”ajudar o Nantes em todas as frentes onde esteja envolvido”. Embora sendo aposta do técnico Raynald Denoueix, o jovem lateral-esquerdo sabe que terá ”de trabalhar bastante, procurando agarrar todas as oportunidades” concedidas.
O primeiro passo será aprender o francês, uma vez que ”é essencial existir uma comunicação perfeita entre todos”. Com a ajuda de um professor, Mário Silva afirma não ter ”a mínima dúvida” de aprender rápido.
NOSTALGIA
Ainda não tinha levantado voo e já a saudade apertava o coração. ”Fui ao Bessa para recolher objectos pessoais. Foi uma sensação esquisita, afinal foram 12 anos, conhecia todos os cantos à casa, afeiçoei-me ao clube e às pessoas. Parto com alguma tristeza”, confessa, recordando com orgulho os êxitos alcançados no Bessa, com destaque para a ”presença digna na Liga dos Campeões”.
E deixa um voto sincero: Só espero, daqui a uns anos, encontrar um Boavista ainda maior, a lutar pelo título”. Mas agora, atira firme, ”parto para Nantes de alma e coração”.
INDICAÇÕES DE QUEVEDO
Antes de partir, Mário Siva teve algum tempo para reunir preciosos conselhos e indicações de um dos seus ex-companheiros e grande amigo, o francês Quevedo.
”Conversei com o Quevedo na última noite passada no Algarve. Disse-me tratar-se de um clube muito bom, onde iria adaptar-me facilmente, pois são gente acolhedora e na cidade existem também muitos emigrantes portugueses. Em suma, transmitiu-me uma visão bastante positiva”, adiantou o jovem lateral, seguro de vingar no futebol gaulês.
”Segundo o Quevedo, é um futebol muito semelhante ao nosso, talvez um pouco mais rápido, feito à base de uma pressão a todo o campo, e acredita que não terei problemas em encaixar-me”.
Em termos pessoais, rasga fortes elogios ao ex-”concorrente”. ”Quevedo é um excelente jogador. Ficava triste quando era preterido, o que é compreensível, pois sou ambicioso e gosto de jogar, mas no meu lugar sabia que estava um jogador de imenso valor.”
Além disso, frisa, ”tínhamos uma relação excelente fora de campo. Acho que o ajudei bastante a adaptar-se ao Boavista e somos bons amigos. Fico contente pelo sucesso dele e desejo-lhe a ele e a todos os meus ex-colegas as maiores felicidades e êxitos”.
AGRADECIMENTO A JAIME PACHECO
Sem menosprezar nem esquecer nenhum dos outros, foi Jaime Pacheco o técnico que mais marcou a carreira de Mário Silva nos últimos dois anos e meio. Por isso, na hora do ”adeus”, fica uma palavra de agradecimento ao ex-”mister”.
”É um técnico por quem nutro grande apreço, sem esquecer todos os outros sob cujas ordens trabalhei, desde Manuel José, passando por Filipovic e Mário Reis, com quem tenho uma excelente relação extrafutebol. Jaime Pacheco foi o técnico com quem mais tempo trabalhei e nestes dois anos e meio ajudou-me bastante. Fez-me ver e conhecer o futebol de uma maneira diferente e moldou a minha forma de actuar, fazendo-me evoluir bastante, tanto táctica como tecnicamente. Estou-lhe imensamente grato.”
PAPEL DE JOÃO LOUREIRO
A opinião do presidente João Loureiro foi crucial e influente na tomada de decisão do jogador, fazendo-lhe ver que o negócio, no fundo, seria benéfico para todas as partes.
”Conversei muito com o presidente e a opinião dele teve enorme peso na minha decisão final. Ao princípio estava relutante em sair, mas ele alertou-me para a necessidade de deixar um pouco de lado o factor emocional, pois são coisas normais na vida de um futebolista e, para além disso o Boavista beneficiava imenso com este negócio. Disse-me que me apoiaria plenamente, tanto se decidisse aceitar ir para Nantes como se ficasse. Disse-me para ponderar profundamente todos os aspectos. Pensei em mim, no meu futuro e da minha família e no Boavista, e concluí que seria melhor aceitar. Saio feliz por ajudar o clube e valorizar a minha carreira. Infelizmente o Boavista não podia oferecer-me as mesmas condições.”
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