Rio de Janeiro – A qualificação para a final do Mundial de clubes obtida com o triunfo (2-0) frente ao Al-Nassr deixou os corintianos radiantes.

Apesar da fadiga provocada pelos 88 jogos que disputou durante a época, a equipa paulista conseguiu chegar ao jogo decisivo de uma grande competição internacional, o que sucede pela primeira vez na sua história, graças a um golo do colombiano Freddy Rincón, um ex-jogador do Real Madrid, o principal adversário do Corinthians na luta.

”O meu destino era eliminar o Real Madrid. É esta a ironia do futebol”, salientou o capitão do Corinthians, que sofreu bastante enquanto representou o clube ”merengue”: ”O que fizeram comigo até foi um favor, porque agora estou muito bem aqui”.

Rincón qualificou o golo, apontado a oito minutos do fim, como ”o mais importante” da sua carreira. ”Mas ninguém pense que se tratou de uma vingança, em momento algum pensei no Real Madrid. Na minha cabeça apenas estava o Corinthians”, salientou o colombiano.

Igualmente radiante encontrava-se o técnico Oswaldo de Oliveira, que não deixou de elogiar o seu grupo de jogadores: ”Graças a este elenco brilhante, estou vendo o meu trabalho ser coroado a cada dia. Muita gente diz que o sucesso subiu à minha cabeça, mas isso é uma grande mentira, pois continuo o mesmo de sempre”.

Para a final de sexta-feira, o técnico do ”Timão” não poderá contar com o central João Carlos, que sentiu uma forte dor na coxa esquerda, isto enquanto o médio Ricardinho, autor do primeiro golo frente aos sauditas, também se encontra em dúvida.

Certa é a presença de uma grande torcida de apoio no Maracanã. O Comité Organizador do Mundial vai enviar 40 por cento dos bilhetes disponíveis para São Paulo e já são muitos aqueles que recordam uma meia-final do Brasileirão entre Fluminense e Corinthians, com as arquibancadas do mítico recinto divididas ao meio – o que pode voltar a acontecer, caso o Vasco da Gama seja o outro finalista. Foi a maior ”invasão” de uma torcida brasileira num outro Estado.

DERROTADOS E DESFALCADOS

Já o técnico do Real Madrid, Vicente del Bosque, lamentou o afastamento da final e o número de golos que os seus jogadores falharam frente ao Raja Casablanca. ”Não correu como esperávamos, mas agora não há nada a fazer. Os marroquinos defenderam bem e foram perigosos no contra-ataque”, disse Vicente del Bosque antes de criticar o árbitro argentino Horácio Elizondo, que expulsou três dos seus jogadores: ”Foi o único que não esteve à altura da partida”.

Para o jogo do terceiro lugar, que se realiza antes da final, o Real Madrid perdeu cinco jogadores: Roberto Carlos, Guti e Karembeu (expulsos frente ao Raja), Hierro (que viu o segundo amarelo) e Anelka, que se lesionou com alguma gravidade no joelho direito.

Segundo uma primeira observação do médico Alfonso del Corral, o francês vai estar afastado dos relvados cerca de mês e meio. Anelka, que se magoou sozinho, já regressou a Espanha, onde fez uma ressonância magnética para avaliar a verdadeira extensão do problema. E tudo indica que terá que se sujeitar a uma artroscopia.

IMPRENSA DURA

Quem não gostou do comportamento ”merengue”, apesar da vitória conseguida com oito homens, foi a imprensa espanhola. ”Madrid, o mundo inteiro viu”, escreveu o diário ”Marca”, que considerou ”intolerável” a indisciplina dos jogadores madridistas.

ANTÓNIO CARLOS, correspondente no Brasil