UM RELATÓRIO técnico efectuado pelo director técnico do Real Madrid, José Martínez Pirri, está a causar grande polémica no plantel do Real Madrid, depois de ter sido divulgado segunda-feira no diário desportivo ”As”.

O documento, elaborado no passado mês de Abril, incluía análises a grande parte dos jogadores do clube e a possíveis contratações, tendo como objectivo planificar a actual temporada. O relatório foi entregue a duas pessoas da anterior Direcção, uma das quais o presidente Lorenzo Sanz, e classificava os jogadores de ”imprescindíveis”, ”a dispensar” ou ”a rever”.

Sobre Guti, o director técnico escreveu que, apesar ”de ter capacidades técnicas para ser um vencedor, não está concentrado na sua profissão, pelo que se houver uma boa proposta, temos de escutá-la”. O médio, que tem sido muito cobiçado pela duas equipas de Milão, não gostou do que viu e terça-feira foi comunicar ao novo presidente, Florentino Pérez, que pretende deixar o clube e ir para o Milan AC. O empresário de Guti está já a negociar a sua saída.

Outros jogadores, que não quiseram ser identificados, disseram ser ”incrível” que um director técnico ”tenha feito um relatório tão pouco específico”.

Curiosamente, as indicações de Pirri quase não foram levadas em conta pela actual Direcção – que também recebeu o estudo. Redondo e McManaman eram considerados imprescindíveis: o primeiro já foi para o Milan, o segundo não é certo que fique. Geremi devia ser vendido... mas continua. E Celades não era jogador para o Real, mas foi contratado.

Já os jogadores que interessam ao Sporting estavam na lista dos dispensáveis. Rodrigo ”por jogar na mesma posição de Sávio e Baljic”, Ognjenovic porque... sim.

"MUITO DOLOROSO"

Por seu turno, Pirri mostrou-se ”incomodado, magoado e supreendido”. ”Isto é muito doloroso, mas não fiz nada de mal, apenas cumpri o meu trabalho. O relatório devia ser confidencial, secreto”, disse Pirri, que ainda não sabe ”com que cara” vai olhar os jogadores.

”A única coisa que se conseguiu com isto foi piorar o ambiente”, concluiu, deixando entender que Lorenzo Sanz foi quem divulgou o relatório.