Antigo central do Benfica, de 31 anos, rumou à Austrália em outubro e conquistou a Taça
A mais de 17 mil quilómetros de Portugal e nove horas à frente, Roderick Miranda voltou a sentir a alegria de jogar futebol na Austrália. Hoje com 31 anos, o central completou a primeira época ao serviço do Melbourne Victory – para onde se mudou em outubro – com 25 jogos e dois golos, conquistou a Taça e, em conversa com Record, o ex-Benfica garante que não podia estar mais satisfeito pela mudança e faz um balanço positivo do ano que passou.
"Quando vim para cá esperava ser campeão, mas olhando para a realidade do clube nos últimos dois anos, esta época foi muito importante. Tínhamos muitos jogadores novos e foi feito um 'reset'. Ficámos perto de ganhar, voltámos a dar esperança aos adeptos e eles voltaram a encher os estádios, o que não tinha acontecido nos anos anteriores", começa por referir Roderick, com passagens por Servette, Deportivo, Rio Ave, Wolverhampton, Olympiacos, Famalicão e Gaziantep.
"A nível individual foi um ano muito bom para mim! Senti-me bastante útil, joguei quase sempre e fiz uma boa época. Não só em termos desportivos mas também a nível pessoal, porque o ambiente aqui é muito bom. Foi o virar de uma página e começar do zero num sítio diferente. Fui muito feliz durante esta primeira época aqui na Austrália e o próximo ano de certeza que ainda será melhor", remata o luso, selecionado para a equipa de All Stars da liga australiana, que defrontou o Barcelona em maio (2-3), mas acabou por ser cortado devido a lesão.
E como é que se decide, de um momento para o outro, fazer as malas e rumar ao outro lado do Mundo? Roderick admite que pretendia seguir na Europa e que nunca tinha pensado na Austrália mas, no final, acabou por ser uma decisão acertada. "É um país espetacular. Tem sido maravilhoso estar cá! Desportivamente, o que me convenceu foi perceber que o treinador me queria muito. Pensei: 'porque não um desafio novo, algo diferente?'. Estava a precisar de mudar de ares, fazer um 'reset' para voltar a sentir prazer em jogar futebol", confessa ao nosso jornal, dando conta de como é viver em Melbourne.
"É a melhor cidade em que já vivi, de longe. Em termos de infraestruturas, segurança, tudo. Vê-se muito uma coisa que eu via em criança, que são os miúdos a brincar na rua com os amigos. Nunca estava em casa, não havia playstations nem computadores, ou pelo menos ninguém ligava tanto a isso na altura. Aqui vê-se muito isso. A parte menos boa diria que é o custo de vida, porque é um país um bocado caro. Há muito dinheiro, por isso as coisas são caras. É mesmo a única coisa má", frisa.
Já sobre o campeonato australiano, compara-o ao inglês pelo estilo de jogo: "É bastante competitivo e dou um exemplo: o Perth Glory, que este ano ficou no último lugar, no próximo ano se for preciso está a disputar o título! É muito disputado, as equipas estão mais ao menos ao mesmo nível. É um futebol ao estilo inglês, muito direto, de correria, de físico. A qualidade individual não é muito elevada, mas os jogos são todos complicados."
Na Austrália, o futebol não é o desporto mais popular, mas Roderick garante que o Melbourne Victory consegue ter boas assistências no Rectangular Stadium, com capacidade para cerca de 30 mil espectadores. "Por acaso somos o clube da Austrália com mais fãs. Em casa temos sempre, pelo menos, umas 10 mil pessoas. Nos jogos fora, aqueles mais perto de Melbourne, temos sempre à volta de 100 ou 200 adeptos que viajam para nos apoiar. Mas claro, na grande maioria dos estádios vê-se que há poucos adeptos. Aqui as pessoas preferem o futebol australiano e o rugby", assume.
Já um regresso ao nosso país… está fora de questão. "Voltar a Portugal não faz parte dos meus planos, pelo menos para jogar. Quer dizer, às vezes uma pessoa fala e depois acontece o contrário… [risos]. Mas para já estamos muito felizes aqui na Austrália, estão todos contentes comigo. No próximo ano estaremos cá", assegura.
E, olhando para trás, o jogador natural de Odivelas diz-se satisfeito com tudo o que alcançou, mas confessa que gostaria de se ter estreado por Portugal. "Gostava de ter atingido a seleção principal, claro. Estive perto na Taça das Confederações em 2017, fui incluído na pré-convocatória, mas não fui chamado. Era algo que gostaria de ter conseguido, mas não fico a pensar nisso. Fico feliz com a minha carreira", refere, garantindo não estar magoado por não ter jogado mais tempo no Benfica, onde foi formado. "O futebol é assim. Fico muito agradecido por tudo o que me deram. Joguei lá desde os meus nove anos até aos meus 21 e foi ali que me tornei no jogador e na pessoa que sou hoje", finaliza.
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