Alejo Ciganotto cometeu uma loucura para acompanhar o seu Racing frente ao Flamengo, na primeira mão das 'meias' da Libertadores
Os prémios 'The Best' da FIFA não distinguem apenas jogadores, treinadores e equipas, reservam também um galardão para outros protagonistas tremendamente importantes para o fenómeno do futebol. Falamos dos adeptos, essa 'classe' que muitas vezes faz esforços desmesurados, tanto financeiros como de logística para ver e apoiar o clube do coração. E neste capítulo há mesmo verdadeiros exemplos de devoção e paixão, exemplos que chegam a roçar a loucura. O nome Alejo Ciganotto pode não dizer nada ao comum dos mortais, mas este jovem argentino, de 23 anos, está na corrida pela distinção "Adepto do Ano" e corre o sério risco de ser um dos vencedores na gala dos prémios 'The Best', cuja data ainda não foi anunciada.
Como é fácil de imaginar, para Alejo estar indicado nesta categoria é porque cometeu uma pequena 'maluquice' para acompanhar o seu clube de sempre, o Racing. Este histórico emblema de Avellaneda, uma província em Buenos Aires, trilhou um percurso extraordinário na presente edição da Libertadores e esteve perto de colocar um ponto final no longo jejum continental, depois de ter vencido, em 1967, esta que é a competição de clubes mais importante da América do Sul. O sonho chegou ao fim nas meias-finais, frente ao Flamengo, mas esta foi uma jornada de orgulho para os adeptos do Racing... que o diga Alejo.
Com 50 dólares no bolso (pouco mais de 40 euros, segundo a taxa dr câmbio atual), este jovem lançou-se à estrada rumo ao Rio de Janeiro, para acompanhar o duelo frente ao Mengão, a contar para a primeira mão das 'meias'. Saiu de casa a 4 de outubro e chegou à capital carioca passados... 13 dias e quase 3 mil quilómetros. O montante que levou em dinheiro não chegou, naturalmente, mas a missão foi cumprida com sucesso a custo de muitas boleias e também de uma rifa que levou na mochila. "Eu saí da minha casa com aproximadamente com 50 dólares e uma rifa com 100 números para vender, que foram outros 150 dólares (130€) que pude ganhar com isso, além de algumas doações de pessoas que recebi durante o caminho", disse Alejo, ao UOL.
O jovem argentino chegou ao Rio cinco dias antes do encontro. Ficou hospedado num hotel, aproveitou para visitar as favelas da Rocinha e do Tabajara, e ainda confraternizou com outros compatriotas, alguns residentes e outros que haviam chegado há pouco para também assistir ao jogo no Maracanã. Todo este esforço não deu sorte ao Racing, que perdeu por 1-0, mas Alejo Ciganotto certamente nunca mais esquecerá esta aventura. Ainda permaneceu em solo brasileiro durante mais uns dias, enquanto aguardava pelas passagens que uma agência de turismo argentina lhe havia prometido, tendo acabado por regressar a Buenos Aires na véspera do jogo da segunda mão. Foi naturalmente ao 'El Cilindro' com expectativa que o seu emblema desse a volta à eliminatória, mas o segundo 'round' entre Racing e Flamengo ficou-se pelo nulo e os argentinos acabaram eliminados.
Esta, diga-se, não é a primeira vez que Alejo viaja em semelhantes condições para assistir a um encontro do seu Racing além-fronteiras, sendo já naturalmente um dos 'hinchas' - como se diz por aquelas bandas - mais mediáticos do futebol sul-americano.
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