Eram 14.41 quando o corpo de Maria, a filha de oito meses de Marco Caneira que faleceu no último domingo vítima de morte súbita, chegou ao Aeroporto de Lisboa. No avião alugado pelo Valencia veio o plantel, equipa técnica e corpo administrativo, que quiseram acompanhar o internacional português e a família.

Meia hora depois da aterragem, o guarda-redes Cañizares, Albelda, Ayala e Angulo, exibindo um semblante carregado, apareceram na zona de chegada de passageiros.

Uma grande comoção se viveu então na sala do aeroporto. As cerca de duas dezenas de amigos e familiares choraram quando Marco Caneira e a mulher, Lurdes, amparando-se um ao outro, e os filhos Manuel e Francisco, apareceram à porta apoiados pelo clube espanhol, que demonstrou sempre uma grande preocupação em resguardar a família. Lavado em lágrimas, o pai de Caneira, Raul, encaminhou o filho e a nora, a mulher Luísa e a sogra de Caneira, Maria Silvéria, até ao carro funerário, que dali seguiu para Negrais, freguesia de Almargem do Bispo. O cortejo fúnebre foi escoltado pela Polícia e GNR até à capela – foi pequena para acolher perto de um milhar de pessoas que quis despedir-se de Maria. Entre os populares estavam também algumas caras conhecidas do mundo futebolístico e político português: Scolari, Carlos Godinho, Amândio de Carvalho, Fernando Seara, Luís Duque, Simão Sabrosa, Hugo Leal, João Manuel Pinto, Nélson, Vargas, Marinho, entre outros.

Após a missa de corpo presente (durou 15 minutos), os dois carros funerários – um transportava apenas as dezenas de ramos e coroas de flores – seguiram para o Cemitério de Almargem do Bispo, onde o corpo foi a sepultar. Lurdes Caneira não conseguiu acompanhar a filha, cabendo a Marco Caneira, amparado pelo pai e por Simão Sabrosa, dizer o último adeus à filha Maria. O plantel do Valencia manteve-se sempre ao lado do jogador (que vai ficar em Portugal alguns dias) e muitos foram os que não conseguiram abraçar Marco Caneira devido às lágrimas.