Vítor Pereira e a aposta da liga saudita em craques e treinadores de topo: «Não basta, estão enganados»

Treinador português recorda o que aconteceu na China

• Foto: Reuters

Vítor Pereira treinou o Al Ahli em 2013/14, antes do 'boom' de transferências para a Arábia Saudita, e reconhece que foi seduzido pelo elevado salário. O técnico não se mostra surpreendido pela aposta que Cristiano Ronaldo fez naquele campeonato, mas avisa que não é apenas com a contratação de jogadores e treinadores de qualidade que se faz uma liga forte.

"Deixei o FC Porto [em 2013] por decisão minha", explicou o treinador numa entrevista ao jornal 'Marca'. "Decidi não renovar porque estava há 8 anos no clube, cinco na academia e três na equipa principal. A minha intenção na altura era ir para Inglaterra treinar o Everton, mas não aconteceu e fui para a a Arábia Saudita porque queria garantir economicamente o futuro da minha família."

Vítor Pereira tem assistido à 'debandada' de estrelas para o campeonato saudita e recorda o sucedido na China, onde também trabalhou, ao serviço do Shanghai SIPG. "Se pensam que basta contratar jogadores e treinadores de qualidade para terem uma liga forte a longo prazo, estão enganados. Para mim foi o que falhou na China. O objetivo era a seleção e pensaram que criariam uma seleção forte naturalizando jogadores estrangeiros já veteranos, mas, como os resultados não apareceram, fecharam a 'torneira' e deixaram de investir."

O treinador reconheceu também que não ficou surpreendido com a ida de Ronaldo para a Arábia Saudita. "Penso que para o Cristiano foi uma forma de se reivindicar, de continuar a sentir-se importante. Os jogadores que fizeram uma carreira de topo, independentemente da idade, precisam de continuar a receber atenção. Ele foi muito rápido, antecipou o futuro. Entendeu que na Arábia continuaria a ser importante e recuperou a alegria de jogar, inclusivamente na Seleção. Há muito tempo que não via o Cristiano tão feliz. Às vezes precisas de um espaço onde te sintas querido e importante, foi isso que a Arábia lhe deu. Além do dinheiro, como é óbvio."

Por Isabel Dantas
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