Treinador do Al Nassr falou em exclusivo ao NOW
À saída do Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, antes de regressar à Arábia Saudita, Jorge Jesus falou em exclusivo ao NOW e explicou as dinâmicas que tem introduzido no Al Nassr, falando especialmente da dupla Cristiano Ronaldo-João Félix. Além disso, teceu alguns comentários sobre as arbitragens em Portugal e comentou as eleições do Benfica. O antigo treinador das águias acredita que "os benfiquistas escolheram bem."
Em relação ao Al Nassr, o que mudou em comparação com a última época?
"Mudou uma estrutura e a organização do futebol. A maior parte das pessoas são portuguesas. Temos uma grande responsabilidade na Arábia Saudita, 80% das pessoas que lá estão, são portuguesas. Desde o futebol, à fisioterapia, outras pessoas. Não sou eu que estou a contratar. É o Al Nassr. A mim compete-me escolher uma equipa que compita pelo título. No ano passado, o Al Nassr ficou a 18 pontos, ficou em quarto lugar. Vamos discutir o título com vários adversários, entre os quais o Al Hilal, que eu já treinei."
O seu conhecimento do futebol saudita está a ajudar o Al Nassr?
"O último ano em que fomos campeões no Al Hilal, ganhámos as competições todas, fomos a equipa que menos golos sofreu, mais golos marcou. No Al Nassr, juntámos dois ou três jogadores estrangeiros. Correu bem, o João Felix está muito bem, a fazer muitos golos. O João Félix e o Cristiano Ronaldo estão a fazer uma dupla muito forte."
As dinâmicas de João Félix e de Cristiano Ronaldo podem ser recriadas na seleção?
"Acho que sim. O selecionador é inteligente, está a aproveitar o bom momento deles. Em conjunto têm 24 golos. No campeonato, têm 19. É uma dupla que está a jogar muito de olhos fechados, é uma boa decisão. O João Félix vai jogar num flanco, já não é a mesma coisa, mas isso tem acrescentado mais-valia ao jogo do Al Nassr, mas também o Coman e o Inigo, que era titular no Barcelona. Trouxe uma qualidade ainda maior ao que o Al Nassr era."
O que fez para o João Félix parecer outro?
"O João Félix tem muito talento, ninguém tem dúvida disso. No princípio da época, houve dois treinadores que acreditaram nele. O Lage, que o queria no Benfica, e era eu que o queria levar para o Al-Nassr, e conseguimos. O João Félix tem jogado nas melhores equipas da Europa e não teve uma afirmação. O João joga em qualquer posição, mas onde ele mais rende é como segundo avançado. Se eu o meter num flanco, ele joga, mas não é a mesma coisa. Eu fui esperando, fui falando com ele, porque ele estava um pouco fora dela nos clubes por onde passou. No Al Nassr, mesmo não estando a jogar a 100%, acredito que ele a qualquer momento vai fazer golo. Isso também faz com que ele esteja a fazer mais golos e mais confiante."
Tem algum comentário a fazer sobre as arbitragens em Portugal?
"Nós, treinadores portugueses, que nos formámos em Portugal, que é o meu o caso, estamos sempre desconfiados das arbitragens. Há uma educação em que achamos que os erros são premeditados, mas não são. Eu hoje vejo as coisas completamente diferentes, porque estou fora do país. Na Arábia Saudita, não podemos falar sobre arbitragem. Cada um quer esgrimir os seus pontos de vista e todos sabemos que não é o melhor para o futebol português. Vai ser assim durante mais uns anos, agora há que tentar todos em conjunto, a APAF veio falar em defesa da classe, acho que foi importante esclarecer alguns pontos. É dificil ser árbitro, ser VAR. Eu já fiz essa experiência, quando estive na Turquia convidaram-me para fazer uma experiência dessas. Mesmo no VAR, é difícil. Tu ficas com algumas dúvidas em determinados momentos, mas foi uma ferramenta que veio ajudar o futebol português. Eu só espero que o futebol português cresça cada vez mais e que os três percebam que um dia vão ser eles os mais prejudicados, noutro dia vão ser outros. Agarrar-se a um penálti, a um fora de jogo, tudo bem. Agora, a um canto? Se é canto ou não é canto? Isso não. Tens tempo, a tua equipa pode posicionar-se. Qualquer dia vamos discutir um lançamento lateral, se agarrou ou não a camisolinha. Em momentos decisivos, como as grandes penalidades, foras de jogo, aí está bem. Agora não se podem agarrar a tudo para justificar resultados."
Rui Costa é um bom homem para ser presidente do Benfica?
"Foi a pessoa que os benfiquistas escolheram. Havia seis concorrentes, um deles, o Vieira, trabalhei com ele oito anos, fez o que fez no Benfica, mas os sócios optaram pelo Rui. Durante muitos anos, o Rui foi um discípulo dele. Os sócios escolheram o Rui e escolheram bem."
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