A prisão paraguaia onde Ronaldinho e o irmão se encontram detidos parece que não é propriamente um modelo de retidão. Segundo uma reportagem do canal 'SNT Paraguai', que foi para o ar em novembro de 2018, o funcionamento interno do edifício governamental onde os dois brasileiros estão encarcerados - por falsificação dos passaportes - deixa muito a desejar.
A prisão é conhecida pelos subornos para organizar festas privadas, mas as "facilidades" do estabelecimento prisional não ficam por aqui. Segundo o 'SNT Paraguai' "entram mulheres, sem nenhum problema", os presos chegam a ter eletrodomésticos, bebidas alcoólicas, telemóveis e até instalações privadas.
Entretanto, o ministro da Secretaria Nacional Anticorrupção do Paraguai, René Fernández, explicou que Ronaldinho e o irmão terão depositado cerca de 8 mil euros num banco público do Paraguai, com o intuito de iniciarem o processo de naturalização, algo que não poderia teoricamente acontecer, por nenhum deles ter no mínimo três anos de residência no país.
No Brasil, o site UOL dá conta que o governo de Bolsonaro está a tentar ajudar, discretamente, Ronadinho Gaúcho, que foi um apoiante do atual presidente brasileiro durante a campanha. Conta o mesmo site que o ministro da Segurança Pública, Sérgio Moro, terá telefonado às autoridades paraguaias no sentido de se inteirar sobre a situação do antigo craque.
Apesar de não querer envolver a figura de Bolsonaro no processo, a defesa do ex-jogador já tinha informado o consulado brasileiro em Assunção sobre a suposta irregularidade da prisão preventiva. E o cônsul assistiu à sessão no tribunal onde foi julgado o recurso da medida de coação, que acabou por ser mantida.
A defesa de Ronaldinho acredita que o ex-jogador esteja a ser utilizado como 'bandeira' da luta do governo do Paraguai contra os criminosos que falsificam documentos.