Abel Ferreira após nova conquista da Libertadores: «Cheguei sem títulos e já a levar paulada»

O treinador do Palmeiras agradeceu ao clube pela aposta e deixou a porta da saída... entreaberta

• Foto: Action Images

Abel Ferreira aproveitou a conferência de imprensa após a conquista da Libertadores, frente ao Flamengo, para agradecer a todos os elementos da sua equipa técnica, jogadores e direção do Palmeiras pelos esforços que todos fizeram para levar o clube à conquista de mais um título.

"A estes que estão aqui atrás de mim [membros da equipa técnica], que me guardam as costas, para eles gratidão eterna", começou por dizer o treinador português, em declarações numa sala de imprensa que estava repleta de jornalistas brasileiros e não só.

Com as emoções à flor da pele, Abel Ferreira aproveitou o momento para fazer uma revelação e deixar a porta do adeus entreaberta. "Quando aqui cheguei perguntei se existiam livros de treinadores brasileiros. Estou há um ano a escrever um livro. Um livro que vai sair em janeiro. É uma forma de eu agradecer ao futebol brasileiro. Vou responder a todas as perguntar nesse livro", garantiu.

Sobre o herói da partida, Deyverson, Abel Ferreira atirou: "Beijámos um sapinho que se transformou num príncipe".

Questionado sobre uma possível continuidade no 'Verdão', Abel Ferreira assumiu que precisa de um tempo de reflexão juntamente com a sua família, sublinhando o quão "insano e desumano" é o calendário brasileiro. "Tudo no tempo de Deus. Eu sou grato ao futebol brasileiro. Foi o Palmeiras que me abriu as portas para eu me poder juntar a grandes nomes. Cheguei sem títulos e já a levar paulada. O calendário brasileiro é insano e desumano para mim. O clube já demonstrou a sua vontade. Mas tenho de fazer uma reflexão muito grande com a minha família. Não consigo estar na minha máxima capacidade. É desumano o que fazem daqui. Temos que tirar espaço para proporcionar. Vou parar e refletir e decidir aquilo que for, sobretudo, melhor para o Palmeiras."

Segredo para derrotar o Flamengo e conquistar mais uma Libertadores

"Meti-os todos dentro de uma sala e disse: 'Quero fazer isto e isto. Mas só faço se vocês estiverem dispostos'. Um capitão disse: 'Se é para ganhar, vamos fazer o que é preciso'. Foi esta a fórmula que eu encontrei para derrotar esta equipa. Tem um dos melhores treinadores brasileiros. Tem mesmo. Não deem porrada. Não sou o herói nem sou o vilão. Não precisamos disso. O nosso adversário valorizou ainda mais a nossa vitória. Reforçou ainda mais a montanha que tivemos de escalar. E o que foi fundamental foi os nossos jogadores acreditarem na estratégia. Como é que o treinador troca o Scarpa e o Dudu de corredor. Não sou um génio. Sou uma pessoa humilde que trabalha. Se perdesse era um 'babaca' como vocês dizem aqui. O futebol ainda é um jogo. Precisamos de qualidade, de competência. É preciso também um bocadinho de sorte. Dar os parabéns ao adversário pelo caminho, pelo trajeto e também pela grandeza do seu clube."

Aprendeu mais ou ensinou?

"Volto a dizer, vim para um país onde tem a cultura do jogador de futebol. O jogador brasileiro é bom de bola. Têm que se comprometer. Faltam os outros 50%, como eu já falei. Aprendi que para ter o grupo na mão tens de ser verdadeiro com todos, que só sendo todos como um é que podemos ganhar títulos. Aprendi mais do que ensinei, talvez. Tenho muito tempo para dedicar ao futebol. Não tenho família em casa. A empregada vai lá uma vez por mês, o resto sou eu que faço. Está feito o livro. Atlético Mineiro foram a equipa mais consistente, se reforçaram e merecem. Não conheço um campeonato em que hajam tantos possíveis campeões como aqui. É muito competitivo. Estou grato por esta estrutura toda, oferece tudo aos seus profissionais. Fizemos história, juntamente com os jogadores. Sei que nem sempre é o suficiente para os nossos adeptos, mas sempre demos o melhor dentro do Centro de Treinos. Demos sempre tudo para conseguirmos títulos", terminou.

Por Record
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