Avançado do Manchester United cumpriu o sonho de tirar os pais do 'Inferninho'
O Manchester United pagou 100 milhões de euros ao Ajax pelo seu passe, hoje está na seleção do Brasil, com a expectativa de ser uma das estrelas do Mundial do Qatar. Mas a vida de Antony nem sempre foram rosas, conforme o jogador contou no 'The Players Tribune'. Proveniente da favela 'Inferninho', em São Paulo, o avançado cresceu entre armas, delinquentes, mafiosos e traficantes.
"Nasci no inferno. Não é uma brincadeira. Os meus amigos europeus não sabem, mas eu na realidade cresci numa favela que se chama 'Inferninho'. Se queres entender-me como pessoa, então tens de perceber como sou. A minha história. As minhas raizes. O 'Inferninho'", escreve Antony.
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"O 'Inferninho' é um lugar infame. A uns 15 passos da minha casa havia traficantes de droga a fazer os seus negócios. Estávamos tão habituados às armas que nem sequer tínhamos medo, faziam parte do nosso dia a dia. Tínhamos mais medo que a polícia derrubasse a nossa porta. Um dia entraram em nossa casa à procura de alguém, aos gritos, a correr. Não encontraram nada. Mas quando és jovem, estes momentos marcam-te", prosseguiu o jogador dos red devils, que até aos 18 anos partilhou a cama com o pai.
"Vi coisas que só os que passaram por isto entendem. Tinha uns 8 ou 9 anos quando ia a caminho da escola e encontrei um homem estendido no chão. Quando me aproximei, dei conta que estava morto. Na favela ficamos um pouco insensíveis a estas coisas, não havia outra maneira de prosseguir. Fechei os olhos e saltei por cima do cadáver. Não estou a contar isto para parecer duro. Era apenas a minha realidade", acrescentou o internacional canarinho.
O jogador diz que foi salvo pela bola. "Apreendi todos os truques com bola com lendas como o Ronaldinho, o Neymar e o Cristiano Ronaldo, que via no YouTube."
Até que um dia foi descoberto, aos 8 anos, pelo diretor do Gremio Barueri: "Viu-me a fazer fintas aos mafiosos e levou-me a jogar futsal."
"Aos 14 anos tive a minha primeira oportunidade no São Paulo. Todos os dias, depois da escola, ia treinar de estômago vazio. Às vezes, num bom dia, eu os meus companheiros de equipa juntávamos dinheiro e comprávamos uma bolacha para a viagem de autocarro de regresso a casa. Nunca tive de fingir estar com com fome de motivação. A fome era real", relata Antony.
O jogador explica que já cumpriu o sonho da sua vida. "Quando falamos com a imprensa eles perguntam sempre sobre nossos sonhos. A Champions League? O Campeonato do Mundo? A Bola de Ouro? Mas isso não são sonhos, são objetivos. O meu único sonho era tirar os meus pais da favela. Não tinha plano B. Ia conseguir ou morria a tentar."
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