Hélio Neto, que foi forçado a deixar o futebol, pede ação das autoridades do Brasil, da Colômbia e da Bolívia
A tragédia com o avião que transportava os jogadores da Chapecoense aconteceu a 28 de novembro de 2016, morreram 71 pessoas mas as famílias continuam sem receber os seguros. Hélio Neto, futebolista, um dos sobreviventes, deu uma entrevista ao diário argentino 'Olé', onde contou que as famílias das vítimas ainda não receberam qualquer indemnização. Alegadamente, o avião não tinha seguro.
"Há resistência da seguradora em pagar. Os advogados dizem que já deviam ter pago. Dentro da tragédia houve vários erros, não só relacionados com o seguro, que não se aplicou numa aeronave que viajava para a Colômbia. Não entendo, como podia voar com jogadores se não podia viajar para a Colômbia? Por que a seleção argentina usou a mesma aeronave se não tinha seguro?", questiona o antigo jogador, que agora trabalha na Chapecoense.
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"Tudo foi um erro. Descobriram que a companhia aérea não tinha pago o seguro. Como é que isto aconteceu? Se sabiam, como é que o avião sai sem seguro e sem gasolina? Por que motivo a Bolívia permitiu a descolagem? Por que razão a Colômbia autorizou a entrada no país de um avião sem seguro? Houve muitos erros a juntar ao facto de o piloto ter partido sem gasolina suficiente. Erraram com os contratos de seguro, erraram as autoridades da Bolívia e da Colômbia de várias maneiras. A partir desses erros aconteceu o que todos sabemos", acrescentou.
Hélio já recebeu uma parte da indemnização. "Eu, por ser sobrevivente, e dada a minha condição de ex-jogador, recebi 20 por cento do que me competia. Mas as outras famílias não receberam nada. A Bolívia e a Colômbia têm de se meter nisto. Além do Brasil, porque 90 por cento dos passageiros eram brasileiros. Se um avião argentino cai noutro país, por exemplo na Bolívia, o governo argentino tem de agir. Agora descobriram outras coisas, em relação ao seguro, e não há ninguém que nos ajude. Da parte da seguradora ofereceram-nos um fundo comunitário de 225 mil dólares, mas quem o aceitar tem de assinar um compromisso para não agir judicialmente contra a empresa. Acontecem-nos coisas que são injustas, muitas pessoas no mundo não sabem que as famílias das vítimas não recebem nada. O Ministério Público do Brasil tem o assunto em mãos, mas o tempo passa. Há pessoas que não têm pais ou filhos e que têm de trabalhar para comer, para pagar a escola dos filhos. O sentido humano dos seguros é mínimo. Usam-nos como um produto deles e nós não somos isso."
Adeus ao futebol
Hélio Neto tentou voltar a jogar futebol depois do acidente, mas depois, desistiu. "Nem um particular consegui jogar. Só uma vez, num jogo do Zico (que é o meu ídolo), no Maracanã, entrei 5 minutos mas não aguentei. Senti muitas dores. Tinha começado a treinar e tive uma rotura de ligamentos. Quando tentava dar maior intensidade aos treinos a coluna não aguentava, tinha inflamações. Os médicos diziam para continuar a treinar, mas já não tinha condições para jogar. Tentei voltar, por amor ao futebol, por estar vivo... Mas já não podia voltar a ser um desportista profissional."
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