Sérgio Vieira: «Tinha condições para continuar no São Bernardo»

Treinador admite continuar no Brasil ou tentar o regresso a Portugal

A carregar o vídeo ...
A derrota com o São Paulo que ditou a saída de Sérgio Vieira

Sérgio Vieira, de 34 anos, deixou o São Bernardo, depois de o clube brasileiro acionar a opção de saída do técnico caso acontecesse a descida à 2.ª Divisão do Paulistão. Na primeira entrevista após a decisão, o técnico português explicou a Record o que correu mal em mais uma etapa no futebol brasileiro, depois dos sub-23 do Atlético Paranaense - chegou a comandar a equipa principal - Guaratinguetá, Ferroviária e América Mineiro. A ambição do técnico português em ter sucesso no país irmão mantém-se, mas abraçar um projeto em Portugal, de onde até já recebeu convites no passado, também é um cenário em cima da mesa.

RECORD - Ficou surpreendido com decisão do São Bernardo?

Sérgio Vieira - Em todo o Mundo, o futebol é movido de resultados. O que aconteceu foi isso. O facto de ter orientado a equipa em todo o campeonato Paulista foi uma prova de confiança no meu trabalho, o problema foram todas as circunstâncias. Estamos a falar de um campeonato que durou 1 mês e 3 semanas, com 13 jogos, é muito difícil. Um campeonato que não caracteriza quem trabalha melhor, acaba por não ser justo. Por uma diferença de 3 pontos estaríamos noutra circunstância. Mas os campeonatos são assim, temos de nos adaptar.

R - É redutor avaliar o trabalho de um treinador apenas com uma prova tão curta?

SV - Tenho a certeza de que é redutor. Não é só no Brasil; na Europa, se o campeonato começar em agosto, ao fim de um mês, um mês e meio já se despedem treinadores. No meu caso, estamos a falar de um campeonato curto, com jogos à quarta-feira e ao domingo... 

R - Tinha condições para continuar no clube na próxima competição, a Série D do Brasileirão?

SV - Acredito que sim, até pelo feedback dos jogadores e da própria direção. No comunicado que anuncia a minha saída, o clube refere a forma injusta como perdemos certos jogos onde até tivemos maior domínio e mais oportunidades de golo. Mas o futebol é assim, não é para quem joga melhor, é para quem ganha.

R - A sua imagem sai prejudicada no Brasil ou acha que tem condições para ter sucesso no país, um dos seus grandes objetivos? 

SV - O tempo é que o vai dizer. Tive a oportunidade de voltar para Portugal, em dezembro, para treinar na 1.ª Divisão e não aceitei porque já tinha dado a palavra ao São Bernardo. Mas não sei qual será a minha decisão, vou ver os projetos que podem aparecer, seja em Portugal, Brasil ou noutro país. Seja qual for o projeto, vou estar com a mesma competência mas ainda mais forte.

R - Esperar pelo final dos campeonatos europeus, como Portugal, para ver se surge um convite para a próxima época é um cenário possível?

SV - Exatamente, esse é o meu pensamento: aguardar por um projeto e claro que Portugal também é uma possibilidade em cima da mesa. Hoje em dia, a oferta é tanta que é preciso esperar que os convites sejam firmes e de forma espontânea, para que valha a pena entrar neles. Mas também pode acontecer ser convidado para um novo projeto no Brasil, nunca se sabe. Vou aguardar por projetos de Portugal, Brasil ou outro país qualquer.

Por David Novo
Deixe o seu comentário
Newsletters RecordReceba gratuitamente no seu email a Newsletter Premium ver exemplo
Ultimas de Brasil Notícias
Notícias Mais Vistas