Oblak: «Lembro-me de, no Beira-Mar, ter jogado a lateral direito na pré-época»

Esloveno recorda passagem por Portugal e um momento caricato

• Foto: Manuel Azevedo

Jan Oblak é esta segunda-feira protagonista de uma longuíssima entrevista ao diário francês 'L'Equipe', na qual passou em revista toda a sua carreira. Desde o início no Olimpija Ljubljana, que o obrigou em miúdo a fazer 50 quilómetros de bicicleta para treino, passando pelo salto para Portugal em 2010 pela mão do Benfica, os quatro anos que passou pelo nosso país e, por fim, a chegada ao At. Madrid. Mas antes de lá chegar, em Portugal passou os momentos que assumem terem sido mais complicados, especialmente na primeira temporada.

"Na Eslovénia joguei apenas um ano na primeira equipa e foi como um sonho. Em Portugal foi difícil, especialmente no primeiro empréstimo [ao Beira-Mar]. Quando vês que estás lá só para fazer número, é difícil. Recordo-me de ter jogado a lateral direito durante a pré-temporada (risos). Ia de empréstimo em empréstimo e às vezes os treinadores nem sequer sabiam se eu era guarda-redes ou avançado. Esta mudança de estatuto foi difícil de aceitar. O período mais difícil foi o empréstimo em Leiria [em 2011/12]. Naquela época o futebol português passava uma autêntica crise. Havia cortes de luz, duches frios... Até jogámos um jogo do campeonato com sete futebolistas por causa de salários em atraso. Mas pelo menos voltei a jogar... e não a lateral direito", gracejou o esloveno.

Entre Aveiro e Leiria ainda passou pelo Olhanense e depois pelo Rio Ave. E em Vila do Conde deu-se o clique. "Ali pude começar a jogar muitos jogos, com um treinador que confiava em mim. No final dessa temporada estava pronto a voltar pela porta grande. Sabia que nada me iria parar. Disse ao Benfica que não queria ser emprestado outra vez, que era a minha oportunidade. Não me importava se queriam que ficasse ou não. No início não jogava, mas a partir de dezembro sim. Ganhámos três títulos e jogámos a final da Liga Europa. A minha vida mudou para sempre. Estou grato, pois foi em Lisboa onde terminei o meu crescimento", assumiu.

E depois chegou o salto para Madrid. E logo um percalço a começar. "O Atlético tinha acabado de se sagrar campeão e o Courtois foi para o Chelsea. Naquela época, a Liga espanhola era provavelmente a melhor. Ia defrontar Messi e Cristiano. Mas depois de dois ou três treinos lesionei-me. O Moyá, que também tinha chegado nesse mercado e que agora é muito bom amigo meu, começou a jogar... e bem! Era difícil, mas depois do que vivi em Portugal, sabia que o meu momento chegaria. Em especial na nossa posição: quando és guarda-redes, as oportunidades não aparecem muitas vezes. Mas isso significa que quando consegues ganhar o lugar, o teu rival não tem muitas chances de o recuperar", explicou o guardião esloveno, que a partir de 2015/16 se tornou dono e senhor da baliza colchonera.

Por Record
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