Craque argentino faz a sua despedida aos catalães
"Já disse antes, fiz tudo o que era possível. Não tenho mais nada a dizer. Não te posso dizer mais nada, fizemos tudo o que era possível."
"Eu já tinha baixado 50 por cento, fechámos o contrato e não me pediram mais nada. O resto é mentira. Fizemos tudo o que era possível. Há muitas coisas que dizem que não são verdade."
"Faltou ganhar mais uma Champions. Estivemos muito perto de ir à final no jogo da da meia-final diante do Liverpool. A do Chelsea com o Pep... Tivemos uma geração que podia ter conquistado outra Champions. Ganhei outras coisas, não me arrependo. É verdade que ficou essa 'espinha'... É um dos meus objetivos, voltar a ganhar uma Champions e mais títulos."
Sente-se enganado?
"Não. FIzemos o possível e não deu. Falo pela minha parte e nada mais, mas sempre fui direto com os sócios. Sempre fui transparente. Mas quando não se fala muito dizem-se muitas coisas. Há que encher, falar, opinar... Cada um pode opinar sobre o que quiser. A mim importava-me dizer a verdade às pessoas com quem cresci todos estes anos"
Quantos anos lhe restam como jogador?
"Depende da forma como responder fisicamente. Tenho muitos companheiros que me contam que o dia a dia é difícil. Estamos habituados a uma rotina e é duro. Vou competir até conseguir."
"A foto é uma parvoíce. Juntámo-nos em Ibiza com o Di Maria e com o Paredes. O Neymar ligou-me e esteve também connosco. Estava também o Verratti. Diziam-me na brincadeira para ir para Paris. Foi uma casualidade e dá-se importância em demasia à foto. Foi uma coisa de amigos numas férias, nada mais."
E agora, a jogar num rival do Barcelona?
"Sou um vencedor. Quero continuar a competir. Se tivesse ficado teria lutado por tudo. Aproveito para felicitar o Dani Alves, estou perto dele em títulos e vou lutar para passá-lo. As pessoas conhecem-me para me questionar. Eu quis ficar. Agora a minha ideia é continuar a competir e ganhar"
"Não, houve falsas esperanças, não. Estávamos convencidos de que ficaria. A prova disso mesmo é que tínhamos tudo tratado sem problemas. Creio que fui muito sincero com toda a gente. Como disse antes, não aconteceu, pelos motivos que se conhece. Da minha parte nunca enganei ninguém."
"Por altura das eleições, jantei com Laporta. Falámos, jantámos e depois desse jantar estava convencido de que ia continuar, de que não haveria problemas. Nunca foi um problema de contrato. Depois passou o que se passou... Não tive dúvidas. Sabíamos o que tínhamos decidido e o que tínhamos pensado fazer"
O que diria Messi a Javier Tebas?
"Não sei bem como foram as coisas. Não foi possível pela Liga, pela dívida do clube, o clube não queria endividar-se mais. Não tenho nada a dizer ao Tebas. Vi-o uma ou duas vezes e tive um tratamento cordial. Não tenho nenhum problema com ele"
Está disponível para uma homenagem em Camp Nou?
"Gostava que fosse agora, mas obviamente por esta gente estou disposto a qualquer coisa. Claro que sim."
Como imagina o Barcelona sem Messi?
"Vão continuar a chegar mais jogadores. Os jogadores passam. Como disse Laporta, o clube será sempre mais importante do que qualquer pessoa. No princípio será estranho, mas as pessoas irão habituar-se. Vieram grandes jogadores, há um grande plantel e tudo irá ficar bem"
Este é o momento mais difícil da carreira?
"Sim, é este. Tivemos momentos duros, difíceis, derrotas... Mas no outro dia voltavas a treinar, tínhamos outra oportunidade. Nisto não há volta a dar, é o final. Agora começa outra história. É um momento muito difícil, sim. Sinto tristeza por sair deste clube, o clube que amo, num momento que não esperava. Nunca menti, fui direto. No ano passado queria sair, neste não. Daí a tristeza"
"Gosto que me reconheçam pelos valores do clube, à parte do jogo. Estou muito agradecido pela carreira que tive no Barcelona, pelos títulos ganhos, pelas derrotas... Fizeram-me crescer e aprender. Tivemos mais alegrias do que derrotas. Há imagens muito bonitas. O partilhar as alegrias dos títulos... Tenho muitas imagens para recordar."
"O PSG é uma possibilidade. Neste momento não tenho nada acertado com ninguém. Quando saiu o comunicado tive muitas chamadas, vários clubes interessados. Mas ainda não há nada fechado, mas sim, estamos a falar"
"Passam-me muitas coisas pela cabeça. Estou bloqueado e não caio na realidade de estar a deixar este clube, de mudar a minha vida por completo. Há 16 anos que estou na primeira equipa e para mim era sempre o mesmo. Agora é começar do zero, mudar. Sei que é uma mudança dura para a minha família, sei o que sentem nesta cidade. Sei que nos vamos adaptar e vamos estar bem. É uma mudança difícil, mas há que aceitá-lo, assimilá-lo e arrancar de novo"
O Barcelona fez tudo por si?
"Não sei. O Laporta disse que foi por causa da LaLiga. Eu fiz tudo o que era possível. Ouvi muitas coisas que disseram sobre mim, mas fiz tudo o que era possível para ficar. No ano passado não queria e também o disse. Este ano queria mas não foi possível."
Que aconteceu nos últimos dias? Chegou a Barcelona a pensar que estava tudo resolvido?
"Por causa do problema da Liga não pudemos avançar. Estava tudo acordado, mas não pudemos avançar."
"São muitos anos, muitas coisas vividas. É difícil, mas também o momento em que me estreei. Foi o começo de tudo. Foi um sonho tornado realidade. Tudo o que veio depois foi maravilhoso. Fico com a estreia, quando começou tudo."
"Passei muitas coisas boas, mas também algumas más. Mas tudo o que passei fez-me crescer e ser quem sou hoje. Deu sempre tudo por este clube, por esta camisola, desde que cheguei até agora. Vou de consciência tranquila. Quero agradecer o carinho das pessoas. Gostava de me ter despedido de outra forma. Nunca o imaginei, porque não pensava nisso. Gostava que fosse com as pessoas, no campo, poder escutar uma última ovação, um último carinho. Senti muito a falta deles quando jogámos sem público. Tive saudades de marcar e não ouvir o nome deles. Deixo este clube sem vê-lo e já lá vai um ano e meio. Gostava de estar perto dos adeptos e despedir-me bem. Aconteceu assim. Quero agradecer outra vez pelo carinho. Oxalá possa voltar a ser parte deste clube no que seja, que possa dar-lhe o melhor e que continue a ser o melhor clube do Mundo. Seguramente esqueci-me de muitas coisas. É o que posso dizer. Não estou em condições de falar mais. Obrigado a todos", acrescentou, para depois ser aplaudido por toda a sala.
"Não sei se vou conseguir falar. Nos últimos dias pensei sobre o que podia dizer. A verdade é que não me saía nada, estava bloqueado. Émuito difícil, depois de tantos anos, de estar toda a minha vida cá, não estava preparado. No ano passado sim, estava convencido que ia sair, mas este ano não. Estava convencido que íamos continuar em nossa casa, era o que queríamos. Queríamos estar na nossa casa, a desfrutar da nossa vida em Barcelona, tanto no plano desportivo como no quotidiano. Hoje tenho de me despedir. Foram muitos anos. Cheguei cá ainda criança. Depois de 21 anos, vou-me embora com a minha mulher e com três catalães argentinos... Não posso estar mais orgulhoso de tudo o que fiz e do que vivi nesta cidade. Depois de uns anos fora, vamos voltar. Prometi isso aos meus filhos. Só tenho de agradecer a todos o que vivi. Cresci com os valores do clube e vou tentei mantger-me humilde."
Há jogadores do plantel do Barcelona a assistir ao vivo a esta conferência de imprensa. Gerard Piqué, capitão e um dos melhores amigos do argentino, é um deles. Estão também antigos craques dos blaugrana, como Carles Puyol e Xavi Hernández.
Confirmado o adeus ao Barcelona, anunciado esta semana pelos catalães, Leo Messi quebra esta manhã o silêncio e dá a sua versão dos factos, numa conferência de imprensa aguardada com muita expectativa pelos fãs do clube da Catalunha e que poderá seguir aqui ao minuto.
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