A longa lista (39 nomes) de jogadores naturalizados que representaram a seleção de Espanha inclui casos no mínimo curiosos, entre eles os de três homens que o fizeram utilizando documentação falsa.

Por razões na altura não muito bem esclarecidas (e hoje caídas no esquecimento), o paraguaio Vicente Jara vestiu a camisola da Espanha num jogo frente à República da Irlanda, no apuramento para o Europeu de 1968. Anos mais tarde, o caso de Óscar Valdez, argentino de nascimento, foi mais grave, porque o avançado disputou nove jogos por Espanha entre 1972 e 1974, o último dos quais frente à Jugoslávia no apuramento falhado para o Mundial de 1974. Finalmente, em 1973 foi a vez do brasileiro Heraldo Becerra (nascido Bezerra...) também ter disputado um jogo particular por Espanha frente à Turquia.

Além destes casos de polícia, verificou-se outra situação embaraçosa para a federação espanhola por ocasião dos Jogos Olímpicos de Amesterdão, em 1928. O médio Juan Errazquin, nascido em Buenos Aires filho de pais bascos, integrava a seleção olímpica quando foi impedido de jogar por apresentar um passaporte argentino. Alguém se esquecera de tratar da sua naturalização...

José Emilio Santamaría, uruguaio filho de pais galegos, teve uma história curiosa. Foi internacional pelo Uruguai entre 1952 e 1957 pela seleção então campeã do Mundo e acabou por defender as cores de Espanha entre 1958 e 1962.

“Foi para dar uma alegria aos meus pais”, contou o próprio Santamaría mais tarde. “Nós vivíamos em frente ao Estádio Centenário e passava a vida a ir ver os jogos. Consegui concretizar o meu sonho de menino ao jogar pelo Uruguai e depois o dos meus pais, jogando por Espanha”.