Sandro Rosell esteve preso entre maio de 2017 e fevereiro de 2019 por crimes branqueamento de capitais e organização criminosa. O antigo presidente do Barcelona foi acusado de ocultar em paraísos fiscais cerca de 20 milhões de euros provenientes de comissões ilegais nos direitos de transmissão de 24 jogos da seleção brasileira, além de cinco milhões de um contrato de patrocínio com a Nike.
Dois meses após ser colocado em liberdade condicional, Rosell acabou absolvido e recorda agora os 21 meses que passou detido em entrevista ao 'Mundo Deportivo', na qual revela o choque emocional mal chegou à prisão. "Lembro-me que nos deram quatro preservativos e quatro saquetas de vaselina. Fiquei ainda mais preocupado", afirma.
"O dia mais difícil que passei lá? Todos aqueles em que o meu advogado vinha dizer-me que tinham negado o pedido de liberdade condicional e sempre por causa do risco de fuga, mas sem justificação aparente. E isso aconteceu por treze vezes...", acrescenta Rosell.
O antigo presidente do clube catalão garante esse período da sua vida o fortaleceu enquanto pessoa e lembra o papel importante da família para superar todo o processo.
"Acho que fiquei mais forte. Na prisão, ou se morre por dentro como pessoa ou se fica mais forte. O meu amigo Joan Besolí [n.d.r.: sócio de Rosell que também esteve preso] foi muito importante e fundamental. Sem ele, não teria suportado tudo. A minha esposa Marta era muito forte e foi um pilar básico da nossa resistência. Mas os meus pais, os meus irmãos e os meus amigos também", justifica.
Recorde-se que Rosell chegou à presidência do Barcelona em 2010 e renunciou ao cargo em janeiro de 2014, após ser acusado de fraude fiscal na polémica contratação de Neymar, no verão de 2013. Porém, seria absolvido após um acordo entre a direção do emblema culé e a justiça espanhola, para que o crime e a pena fossem assumidos pelo clube.
Por André Antunes Pereira