Joan Gaspart, então candidato à presidência do Barcelona, contou a José Veiga que não acreditava na saída do extremo para o Real Madrid
            A transferência de Luís Figo do Barcelona para o Real Madrid, no verão de 2000, foi a mais alta da história até àquele momento. Os merengues pagaram a cláusula de rescisão, cifrada em 60 milhões de euros, e levaram o então ícone do clube catalão. No entanto, todo o processo esteve envolto em muita polémica e dúvidas. Uma delas precisamente sobre a capacidade de alguém pagar verbas daquela dimensão, com Joan Gaspart, então candidato à presidência do Barça, a expressar essas mesmas dúvidas junto de José Veiga, agente de Figo, depois deste saber das intenções do Real.
"Isto é sério. Se não fizeres nada, vais perder o Figo. ‘Ah, estás a fazer chantagem’, dizia o Gaspart. ‘Se alguém bater a cláusula eu pago-vos o bilhete em executiva num tapete vermelho de veludo para irem. Traz o cheque, não acredito que haja quem pague isso no Mundo’", contou o antigo agente, no documentário ‘O caso Figo: a transferência que mudou o futebol mundial’, da Netflix.
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Tudo começou, porém, numa reunião entre Paulo Futre e Florentino Pérez, quatro semanas antes das eleições no Real. Mais tarde, José Veiga reuniu com o na altura candidato à presidência merengue. "Tudo o que o Florentino disse na reunião comigo fazia sentido, mas era de difícil concretização. Mas fui até à Holanda falar com o Figo", contou Veiga, seguindo então para o local do estágio da Seleção Nacional, onde o extremo estava, para participar no Euro’2000.
Figo conta como recebeu a notícia do seu empresário: Tinha a informação de que uma pessoa que eu não conhecia queria que assinasse pelo Real Madrid se ele ganhasse as eleições. ‘Querem que digas se ele ganhar, eu vou para o Real’. Pensei ‘estão loucos’? Tenho contrato com o Barcelona. Ia ganhar quatro vezes mais. Nem acreditava. Era um ano atípico também com eleições no Barcelona. Disse ao meu agente, ‘olha, vai falando com as pessoas e vê o que acontece.’"
Foi então nessa lógica que José Veiga reuniu com Gaspart, que manifestou as tais dúvidas sobre a capacidade de algum clube pagar a cláusula, ao mesmo tempo que recusava rever o contrato de Figo. "Gaspart prometia e não cumpria. Disse-lhe que tinha uma proposta irrecusável (não disse de que clube) e se podíamos ver as condições do contrato do Figo. Ele disse que não renovava com ninguém e que era impensável, ia haver eleições, naquela fase não renovava com ninguém", contou o antigo agente. Gaspart retorquiu: "era uma obsessão que eles, Veiga e Figo, tinham. De vez em quando pediam mais dinheiro. Mas isso é normal no futebol."
Certo é que a mudança que chocou o futebol naquela altura começou mesmo aqui, a fazer fé nas palavras de Figo neste documentário: "Gaspart tratou-me como se não fosse ninguém. Depois de falar com ele, ele pensou que eu estava a fazer bluff. Tudo começou porque fiquei chateado."
O casamento em que a notícia foi publicada… e Pérez "fod…"
Era o dia do casamento de Michel Salgado, lateral do Real Madrid, com a filha do então presidente (e também candidato) merengue, Lorenzo Sanz. Também presente na boda estava o jornalista espanhol José Ramón de la Morena, que soube da intenção de Florentino em contratar Figo. Acabaria por dar ordem para a notícia ser divulgada às 18h30, na Cadena SER, já depois de sair da igreja. No entanto, resolveu ‘abrilhantar’.
"Inventei algo para dar mais força à história. Contei que o Florentino disse que se Figo não vier, vai pagar as quotas dos sócios toda a época", contou Ramón no documentário da Netflix. Segundos depois, recebe um telefonema de Florentino. "Cabrão, sabes o que fizeste? Estou fodido", disse o empresário, segundo Ramón. Mal chegou ao local do copo de água, foi o outro candidato a ‘explodir’ com a notícia. "O Lorenzo sai do carro aos gritos para mim a dizer ‘fizeram-te passar por parvo’. E eu: ‘concentra-te na noiva, é a tua obrigação’".
Uma mentira que, semanas depois… passou mesmo a ser verdade. É que na primeira vez que Florentino Pérez anunciou publicamente que se ganhasse as eleições Figo seria jogador do Real Madrid, garantiu também que se o extremo não viesse para o Santiago Bernabéu… pagaria as quotas dos sócios!
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