A banana atirada a Daniel Alves e a consequente campanha #somostodosmacacos, que inundou as redes sociais nas últimas semanas, continua na ordem do dia por terras brasileiras. Das mais simples críticas, às mais intricadas teorias da conspiração, muito tem sido dito e escrito sobre este tema. Em causa as alegações de que todo o movimento global em torno de Neymar, o "pai" da ideia, se trata apenas de um trabalho de marketing que se encarregou de enganar tudo e todos.
As mais recentes teorias, avançadas pela revista "Veja" e pelo insuspeito programa de comédia "Pânico na Band", apontam para uma verdadeira trama em registo de novela brasileira, que coloca muita gente em causa, especialmente o jovem avançado brasileiro do Barcelona. Mas vamos por partes...
Ação e reação
Poucas horas depois de Daniel Alves dar uma dentada na banana atirada por um adepto do Villarreal, o companheiro de equipa e de seleção colocou uma foto nas redes sociais. Ao lado do filho, Neymar mostra uma banana e coloca a hastag #somostodosmacacos. Em breves minutos, a hastag invade a internet e milhões de pessoas começam a seguir a ideia de Neymar e a "postar" imagens com bananas.
Um fenómeno global, que chegou a comover pela forma como famosos e anónimos, ricos e pobres, jovens e velhos, se associaram de forma clara à luta contra o racismo. Até aqui, tudo bem...
Contudo, quando passadas 12 horas o popular apresentador brasileiro Luciano Huck apresentou nas suas lojas online t-shirts com a hastag #somostodosmacacos, com o desenho de uma banana, foram muitos os que começaram a torcer o nariz e a lançar uma questão - como poderiam ter sido fabricadas tantas t-shirts, em tão pouco tempo, se não existisse um acordo prévio entre o futebolista e o apresentador?
O encontro e a Ludocca
Os mais atentos fizeram uma análise breve ao Twitter de Luciano Huck e repararam que duas semanas antes o apresentador visitou o craque em Barcelona, para realizar uma reportagem para o programa "O caldeirão do Huck", despedindo-se do jogador com um simpático tweet: "Valeu @neymarjr. Valeu pelo papo e pela confiança."
Terão as duas estrelas brasileiras alinhavado neste encontro uma estratégia de marketing para o movimento #somostodosmacacos? Ninguém sabe, mas o que é certo é que as t-shirts já estavam na fábrica, preparadas para ser transportadas para as lojas do popular rosto da televisão canarinha. Para além disso, a agência de publicidade Loducca também estava metida neste imbróglio, uma vez que concebeu o conceito.
"O pai do Neymar ligou-nos e pediu que criassemos alguma coisa. E surgiu esta ideia, de forma a combater o preconceito. O que nós planeámos foi a criação de um post com um conceito. Você perde a força porque não pode chamar toda a gente de macaco. Agora, o negócio tem ficado muito maior", revelou Guga Ketzer, sócio e vice-presidente de criação da Loducca.
"Em parceria com o jogador e com a equipa de trabalho dele, fizemos esta ação por necessidade. Há algumas semanas, o Neymar e o Daniel Alves foram afetados por manifestações racistas. Torcedores imitaram macacos perto do Neymar quando ele saiu do autocarro. E ele entendeu que havia a necessidade de se criar uma campanha para essa causa", rematou Ketzer.
Luciano Huck foi obrigado a reagir e apesar de não revelar se já existia um acordo com Neymar, explicou que não ganhou dinheiro com a iniciativa: "Não é a primeira vez que fazemos isso, e a ideia sempre foi esta, de potenciaar a cultura de doação. Trabalho há mais de 10 anos de maneira séria e dedicada no universo das ONG's e sei de todas as dificuldades de captação de recursos para quem quer de fato impactar e transformar. E sempre que puder pensar e realizar qualquer tipo de captação ‘fora da caixa’, vou fazer. Gosto de colocar a mão na massa, realizar. Menos palavras e mais ação. Está aí a ação, sem nenhuma palavra, do Daniel Alves que gerou todo este positivo debate. Contem comigo sempre que a iniciativa for do bem."
Feitas as contas, são muitos os que se podem sentir enganados. Embarcaram num espírito positivo de luta contra o racismo e viram-se enredados numa teia publicitária que tinha propósitos comerciais e pouca preocupação com os valores humanos.
Palavra ao protagonista
E o que diz Daniel Alves de tudo isto? "Já tinha falado com o Neymar sobre a possibilidade de fazer alguma coisa contra o racismo, mas nada disto foi combinado. Foi intuitivo, não tinha nada programado. A gente não acredita que vão fazer isso dentro de um campo de futebol e foi uma surpresa a repercussão que deu", revelou sobre o tema.
Outras (loucas) teorias
Neste tipo de momentos, são também muitos os que levantam teorias da conspiração risíveis e que desafiam os limites da inteligência. Aqui ficam os mais divertidos...
1 - A banana já lá estava. Todo o ato foi encenado e Daniel Alves já sabia que lhe iriam atirar uma banana, daí ter sido tão lesto a reagir. Uma possibilidade pouco provável, até porque o adepto infrator foi preso e, em princípio, a polícia espanhola não estaria envolvida na trama.
2 - O preço da banana disparou. O preço da banana subiu 30 por cento desde que a campanha foi lançada, sendo esta uma enorme maquinação entre empresas que vendem fruta, Neymar e Luciano Huck. Este rumor foi desfeito quando se descobriu que a notícia em causa, que de facto é verdadeira, remontava a 2008, tendo sido utilizada agora nas redes sociais para criar mais polémica.
3 - Escrete serve de mote. Uma reputada empresa de material desportivo engendrou todo o esquema com a seleção brasileira, de modo a que a hashtag #somostodosmacacos fique associada à canarinha, anfitriã do Mundial'2014, promovendo assim os seus produtos. Nenhuma empresa está a colar-se a este fenómeno, o que inviabiliza também este rumor.
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