Advogado e o pré-acordo que 'amarrou' Figo ao Real Madrid: «Já me ofereceram milhões pelo contrato»

Vicente Montes desempenhou um papel central numa das transferências mais polémicas de sempre

• Foto: Lusa

A transferência de Luís Figo do Barcelona para o Real Madrid, em 2000, foi uma autêntica 'bomba' noticiosa, não só em Espanha como em todo o mundo do futebol, um trunfo com o qual Florentino Pérez acabou por ganhar as eleições nos merengues. Mas para garantir a mediática transferência, o agora presidente dos blancos assinou um pré-acordo com o internacional português, acabando por 'amarrar' o jogador, conforme lembrou ao jornal 'Marca' o advogado Vicente Montes, que foi uma das chaves para o sucesso da operação. Montes ainda tem o documento e diz que já lhe ofereceram muito dinheiro por ele...

Florentino, então apenas candidato, prometeu pagar ao clube 30 milhões de euros, o equivalente à quotização anual do Real Madrid, se não conseguisse levar o craque português para o Santiago Bernabéu. Mas esse foi o valor da penalização incluído no pré-acordo que o jogador assinou com Pérez no caso de decidir voltar com a palavra atrás...

Figo recebeu muitas ameaças e chegou a ponderar anular a transferência, mas a penalização era demasiado elevada e a mudança para Madrid, a troco de 60 milhões de euros, acabou mesmo por acontecer.

"O processo iniciou-se uns três meses antes das eleições. Ligaram-me o Paulo Futre e o José Veiga, que era empresário do Figo. O Paulo já me tinha perguntado antes, sem me dizer quem era o jogador, se se podia contratar um futebolista de uma forma concreta. Só umas horas antes da reunião é que soube que se tratava do Real Madrid e do Figo", recorda o advogado.

"Tratei de tudo com o José Luis del Valle, uma das pessoas mais importantes ao nível jurídico que conheci, além de advogado era o braço direito do Florentino. Quando chegou o dia de passar tudo para o papel, sentámo-nos até altas horas da madrugada e elaborámos o documento", prosseguiu. "Não podíamos fazer muitas consultas porque não havia precedentes e o caso exigia a máxima confidencialidade."

Vicente Montes conta que o documento "tinha umas quatro páginas". "Já me ofereceram dinheiro muitas vezes por ele. Ultimamente voltou a falar-se do assunto, mas para mim é igual porque nunca o vou vender, a minha lealdade e a minha palavra valem mais", refere o advogado, que tem o documento "em Cáceres".

Quando lhe perguntam se já o tentaram com milhões de euros, Vicente Montes confirma: "Alguns." 

Depois de Florentino ganhar as eleições, foi necessário elaborar um novo vínculo com Figo. "Obviamente, porque naquele momento [da assinatura do pré-acordo] ele era apenas um candidato."

Por Record
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