A passagem de José Mourinho pelo Real Madrid promete abanar os alicerces do clube espanhol e do status quo em que se incluem dirigentes, técnicos, futebolistas, adeptos e jornalistas.

"Devo ser o único treinador na história do Real Madrid que não foi a restaurantes importantes, que não visitou redações de jornais e que fez a vida entre o clube, a casa e a família. Não senti nenhum tipo de pressão diferente. É um clube com uma dinâmica especial, com um 'entorno' muito especial, mas para mim acabou", afirmou Mourinho em entrevista ao programa "Punto Pelota", da estação de televisão espanhola, Intereconomía, comentando depois o rótulo atribuído pelo jornal "Marca" a Carlo Ancelotti, seu sucessor no cargo:

"Se um dia me chamarem ou qualificarem como 'pacificador', tratando-se de um treinador de futebol, será uma ofensa. Penso que Carlo merece tudo menos ser ofendido, por isso espero que tenha o apoio de que um treinador necessita e que seja muito feliz. A Ancelotti ou a quem vier, é isso que desejo."

"O próximo treinador do Real Madrid poderá dizer-vos como encontrou o clube, a dinâmica de organização, preparação de jogos, 'scouting', dinâmica e filosofia de treinos... quando chegar terá tudo isso à sua disposição porque não apagámos nada dos computadores, nem deixámos vírus. Quem vier, se for o Carlo, espero que tenha a honestidade de dizer como encontrou tudo", frisou.