Igor Paixão e a razão que o levou a aceitar proposta do Marselha: «Não é um clube racista»

O brasileiro, de 25 anos, esteve envolvido num alegado caso de racismo em 2023, antes de um jogo contra o At. Madrid

Igor Paixão durante as fotos oficiais com o equipamento do Marselha
Igor Paixão durante as fotos oficiais com o equipamento do Marselha • Foto: Marselha

Foi de forma surpreendente que Igor Paixão justificou esta segunda-feira o motivo que o levou a aceitar a proposta do Marselha. Durante a apresentação oficial como reforço do clube francês, o avançado brasileiro de 25 anos, que chega proveniente do Feyenoord (Holanda), assumiu que a escolha pelo Marselha também teve influência de temas extra futebol, mais concretamente a política.

"É uma grande motivação para mim vir para um clube que não é racista. Com a ajuda de Deus, devemos continuar a tratar todas as pessoas com equidade", justificou o atacante, quando questionado sobre o facto de ter assinado por um emblema associado à ideologia de esquerda.

Recorde-se que Igor Paixão foi alegadamente vítima de racismo em 2023. Antes de um encontro frente ao Atlético Madrid, para a Liga dos Campeões, o jornal espanhol 'AS' apresentou o brasileiro como "um descendente de escravos". O artigo foi posteriormente retirado das redes sociais e alterado. Contudo, mereceu resposta tanto do jogador como de Vinícius Júnior, um dos rostos da luta anti-racismo do futebol internacional. 

"Eles disfarçam-se sempre. Por meios de palavras elegantes, de dinheiro, de formas de se portar e até mesmo dos cargos que ocupam. Eles são subtis. Nem sempre deixam à mostra todo o preconceito que carregam por gerações e gerações. Eles são espertos. Porque na maioria das vezes conseguem safar-se ao cometerem um dos mais hediondos crimes da história: o racismo. Mas nem sempre disfarçam, nem sempre são subtis e nem sempre são espertos. Às vezes são explícitos e descarados, resultado de anos e anos de impunidade. E esperam o momento certo para destilar o preconceito que carregam dentro de si", começou por escrever, na altura, o brasileiro, continuando: "Esta semana, foi a vez do Jornal 'AS', do país onde joga o meu companheiro de profissão, de vida e de cor, Vinícius Júnior, que sofre diariamente com o ódio de quem simplesmente não aprendeu a superar um mal que jamais deveria ter existido, mas que há tanto tempo é criminoso."

Mencionado na publicação, Vinícius Júnior também fez questão de partilhar a sua opinião sobre o sucedido. "Vamos continuar juntos para acabar! Não passarão!", vincou.

Por Sérgio Magalhães
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