O mais divertido: Sean Dyche está de volta para animar a Premier League

Sean Dyche assume o comando do Nottingham Forest

Sean Dyche, que esta quinta-feira mede forças com o FC Porto de Farioli, regressou ao ativo. Assumiu o cargo de treinador do Nottingham Forest, sucedendo a Ange Postecoglou (e a Nuno Espírito Santo), voltando à ação depois da passagem pelo Everton, de onde saiu em janeiro deste ano. Antes disso, entre 2012 e 2022, foi destaque no Burnley pela tremenda longevidade que teve no cargo.

Foram 3.451 dias e 420 jogos pela equipa de Turf Moor, o que lhe garantiu o destaque de ser o técnico da Premier League em atividade há mais tempo no mesmo clube. Durante essa passagem pelo Burnley e também na etapa ao leme do Everton, Dyche tornou-se uma figura viral do principal escalão do futebol inglês, pela forma como se dirigia aos jornalistas, sempre bem disposto, e pela sua absoluta frontalidade. Ainda hoje os melhores momentos das suas conferências de imprensa são recordados nas redes, como verá ao longo deste artigo.

PUB
Sean Dyche, novo treinador do Nottingham Forest

Um homem discreto, que operou um milagre

Não há muitas histórias para contar sobre Sean Dyche. Nasceu na pequena localidade de Kettering e o pai era consultor numa empresa de aço. É um bocado essa a imagem do treinador inglês: duro, de maneiras simples e um adepto confesso da consistência e do trabalho. Como jogador, andou quase sempre nas divisões secundárias, sobretudo ao serviço do Chesterfield, mas também no Watford, por exemplo. Foi lá que, aos 37 anos, trocou as chuteiras pelo banco dos sub-17 dos Hornets.

PUB

Tornou-se, depois, adjunto e em 2011 passou a treinador principal do clube londrino. Garantiu um tranquilo 11º lugar, na segunda liga, mas não convenceu para ficar mais um ano.

É aí que entra o Burnley, em outubro de 2012. Chegou para substituir Eddie Howe e por lá ficou durante quase 10 anos. Os clarets são um histórico do futebol inglês, campeões em 1921 e 1960 e, na altura, com 52 presenças na primeira liga, mas os melhores tempos há muito tinham ficado para trás e, com exceção para uma passagem fugaz em 2009/2010, não jogavam a Premier League desde os anos 70.

PUB

Se Dyche era visto como o homem que ia contrair esta tendência? Nem por sombras. O objetivo era simples: manter o clube na segunda divisão. Na primeira época cumpriu (11º), mas depois superou todas as expetativas e fez algo que não fica atrás de um milagre. Em 2013/2014, a equipa de Sean Dyche registou o melhor começo de época da história do Burnley, ou seja, desde 1888. Contra as previsões, garantiram a promoção, no segundo lugar, com apenas cinco derrotas.

Sean Dyche, novo treinador do Nottingham Forest

A ‘equipa do Brexit’

PUB

A primeira experiência do técnico inglês na Premier League só durou uma época, mas mereceu a confiança da direção para continuar nos Clarets e, logo em 2015/2016, vence a segunda divisão para garantir o regresso. Desta vez, para ficar durante sete épocas, algo que não conseguiam desde que, entre 1948 e 1971, participaram de forma consecutiva.

Dyche é, naturalmente, visto como o obreiro desse feito, ainda que o estilo não seja propriamente apaixonante. A personalidade pragmática, transpunha-se para o relvado, com um futebol muito combativo e de ‘pontapé para a frente’, a fazer lembrar outros tempos do campeonato inglês. Certo é que essa filosofia se adaptava na perfeição a um clube que nunca teve grandes estrelas.

PUB

No início de cada época, o Burnley aparecia sempre na lista de favoritos à despromoção, mas lá conseguia conseguia escapar. Em 2017/2018, até conseguiram um brilhante 7º lugar, que lhes valeu o acesso às pré-eliminatórias da Liga Europa, um regresso às competições europeias, 51 anos depois.

O plantel, esse, era muito britânico. Tanto que, o Burnley chegou a ser apelidado a equipa do ‘Brexit’, não por convicção, mas porque se assemelhava a um hipotético futuro da Premier League, onde os lugares para estrangeiros seriam limitados. Esta temporada, 76,7% do plantel é composto por jogadores do Reino Unido. As únicas exceções são Kevin Long e Nathan Collins (irlandeses), Pieters e Weghorst (holandeses), Gudmunsson (islandês), Vydra (checo) e Cornet (marfinense).

Sean Dyche é o novo treinador do Nottingham Forest
PUB

Sempre alvo do apoio dos especialistas

Está visto que a saída de Dyche do Burnley foi uma facada para todos aqueles que apreciavam a forma simples do treinador liderar a equipa. Gary Lineker, antigo jogador e um dos comentadores mais respeitados do país, foi um dos mais cáusticos na hora de comentar o assunto.

"O Burnley despediu Sean Dyche com apenas oito jogos restantes na temporada. Que trabalho brilhante ele fez ao longo de todos estes anos. Foi uma decisão de merda", escreveu nas redes sociais.

PUB

Mais recentemente, quando se encontrava sem clube, Dyche criticou o estilo de Ruben Amorim e apontou às poucas vitórias do português no comando do Manchester United. Em declarações no podcast 'Stick to Football', conduzido por lendas dos red devils, o treinador inglês, de 53 anos, garantiu mesmo que triunfaria mais... na mesma situação.

"Amorim não vai mudar a sua forma de jogar, mas é bom que comece a ganhar jogos rapidamente. Se eu estivesse lá e jogasse à minha maneira, acho que ganhava mais. Usava o 4x4x2, um dos princípios básicos do futebol", analisou.

PUB

E prosseguiu: "Primeiro temos de ganhar e, depois, podemos sobreviver. E o sucesso vem quando conseguimos estabelecer todos os nossos princípios e, consequentemente, o nosso estilo de jogo. Sei que estão a atravessar um período complicado neste momento, mas toda a gente está a ver. É um clube gigantesco. Ficaria surpreendido se Amorim não estivesse sob pressão na próxima temporada. Mas vamos dar-lhe o benefício da dúvida. Está a estabelecer bases para o sucesso."

Por João Seixas e Vasco Borges
Deixe o seu comentário
PUB
PUB
PUB
PUB
Ultimas de Inglaterra Notícias
Notícias Mais Vistas
PUB