O Fair Play Financeiro (FPF) é apontando por muitos como uma espécie de "bicho papão" dos clubes. Mas a imagem nem sempre serve na perfeição para caraterizar os efeitos exercidos pelo mecanismo criado pela UEFA, com o nobre desígnio de equilibrar as balanças financeiras dos clubes e, sobretudo, a luta entre ricos e pobres.
Isto porque à semelhança da poção mágica na aldeia dos irredutíveis gauleses, retratada por Albert Uderzo e René Goscinny nas aventuras de Astérix, Inglaterra proporciona aos seus clubes meios que os ajudam a reduzir, contornar, ou mesmo eliminar, as dificuldades de gestão colocadas. E o Chelsea, que, pela mão de José Mourinho, voltou a ser campeão em 2014/15, é por todas as razões, um caso paradigmático.
Depois do lucro de 18,4 milhões de libras (25,79 milhões de euros) obtido no exercício no ano financeiro de 2014 (1 de julho de 2013 a 30 de junho de 2014), anunciado com orgulho, os adeptos mais pessimistas ficaram descansados, pois o equilíbrio entre despesas e receitas estava garantido, evitando uma situação complicada, semelhante à vivida pelo Manchester City.
Ainda assim, ao comprar Juan Cuadrado à Fiorentina em janeiro/fevereiro de 2015, o Chelsea vendeu André Schürrle ao Wolfsburgo, por valores muito semelhantes – o colombiano chegou por 31 milhões e alemão saiu por 32 -, ficando claro que não se tratava apenas de um acerto no plantel. Ou seja, para comprar era preciso realizar dinheiro com as vendas.
Seis meses passados sobre a operação Cuadrado/Schürrle, a liga inglesa divulgou um relatório em pleno defeso - quando a temperatura do mercado de futebolistas sobe a par com a registada na atmosfera do verão - que permite perceber de que forma o FPF é um mito para os clubes da Premier League. Na informação prestada relativa a 2014/15 são revelados os valores distribuídos por conta dos direitos de transmissão televisiva dos jogos, os quais, como é públicos, estão sujeitos a negociação colectiva.
O Chelsea é o clube que mais dinheiro recebe, diferenciando-se dos mais importantes rivais Manchester City e Manchester United por se ter sagrado campeão – o denominado “merit money”, que vale 1,74 milhões por cada lugar conquistado na tabela (os blues receberam 20 vezes esse valor…) -, o que compensa o facto de ter tido menos jogos transmitidos (25) – as “facility fees”. Só por conta desta fonte de rendimento, o clube de José Mourinho encaixou quase 99 milhões de libras, o que corresponde a 138,75 milhões, em euros.
Manchester City, com 26 jogos transmitidos – mas menos 1,74 milhões de euros de “merit Money, porque foi 2.º classificado - recebeu 138,05 milhões, enquanto o vizinho United, apesar de ter sido 4.º na Premier League, atrás do Arsenal, bateu os gunners nesta tabela, encaixando 135,61 milhões (27 jogos transmitidos).
Este valor vai descendo à medida que nos aproximamos dos últimos lugares da classificação de 2014/15, mas o Queens Park Rangers, 20.º da tabela, ficou com 90,94 milhões de euros que, certamente, darão uma boa ajuda para concretizar o objetivo de regressar à Premier League. É mesmo muito dinheiro, que será ainda mais nas próximas temporadas, pois o “bolo” que resultou das negociações para o novo contrato, válido entre 2016/17 e 2018/19 , prevê a distribuição de… 6.900 milhões de euros.
Quando deu conta do lucro de 25,79 milhões de euros obtido no exercício no ano financeiro de 2014, o Chelsea precisou também que obtivera receitas recorde de 318,9 milhões de libras (446,95 milhões de euros). Esse valor - que não inclui os proveitos das vendas de futebolistas - é sobretudo constituído pela choruda verba das transmissões televisivas (falta aqui juntar os 50 milhões de euros da Liga dos Campeões).
Mas é importante referir que, mesmo com um estádio antigo e os preços dos bilhetes “congelados” desde 2011/12, os blues terão ultrapassado os 100 milhões de euros em receitas de bilheteira e os 160 milhões da área comercial, onde se incluem a “mina” que é merchandising ou os cachês das digressões. Por tudo isto, para o Chelsea – ou outro grande clube inglês -, a venda de jogadores pode não passar de “peanuts” e funcionar "apenas" como mecanismo reequilibrador ocasional para as contas e folhas salariais.
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