'The Guardian' traça percurso do guarda-redes do Manchester City desde tenra idade
O Manchester City pode conquistar o título na Premier League já no próximo sábado na receção ao Manchester United, numa temporada em que Ederson é um dos principais pilares da equipa de Pep Guardiola. Apesar da projeção conseguida ao serviço do Benfica, grande parte dos adeptos ingleses só começou a conhecer o jovem brasileiro esta temporada, desconhecendo o percurso e onde se começou a formar aquele que é apontado como guarda-redes do futuro, exímio entre os postes e soberbo a jogar com os pés - condição essencial que convenceu o treinador espanhol.
"Ele veio para cá porque tinha o irmão mais velho a jogar connosco. Como Osaco era uma cidade muito perigosa nós tínhamos de dar muita atenção às crianças. O futebol é uma arma que usei até agora para tirar os rapazes das ruas. Como o Ederson é canhoto eu coloquei-o a lateral-esquerdo. Já tinha um pontapé forte mas faltava-lhe 'ginga' para driblar, por isso meti-o a jogar à baliza. Agarrou a bola no primeiro remate e isso foi o princípio de tudo", contou ao jornal 'The Guardian' Gilberto Lopes, conhecido por Giba, um dos responsáveis por descobrir o talento de Ederson, como treinador no Champions Ebenézer FC, de Osaco.
Depois de Giba, Ederson passou a ser treinado António Rodrigues nos sub-13 do São Paulo, onde já era conhecido por Gordo. "Disseram-me que ele já estava a dar nas vistas como guarda-redes. Fiquei impressionado com a precisão que ele tinha com a bola nos pés e com a rapidez e agilidade entre os postes", recordou o técnico, com Víctor Severo, um amigo que está a viver com a família do guarda-redes dos citizens em Alderleu Edge, a acrescentar um promenor importante:
"O futsal ajudou-o muito. Ele constumava jogar como 'goleiro-linha' [guarda-redes avançado] para tirar vantagem do seu forte remate. Devido a isso, a nossa tática era abrir espaço para que ele viesse da área para rematar. Era tão bom a jogar com os pés que estava na luta pelo melhor marcador do torneio".
"O São Paulo tinha um plano para produzir sucessores de Rogério Ceni, por isso os nossos treinos com os miúdos eram muito centrados no jogo com os pés. Embora fosse muito tímido, o Ederson prestava muita atenção a todos os exercícios, estava sempre concentrado e aprendia tudo rapidamente", adiantou Luiz Batista da Silva Junior, treinador de guarda-redes do São Paulo, mencionando aquele que é "o único ídolo" de Ederson.
"Rogério Ceni Será sempre a minha principal inspiração. Ainda vejo muitas vezes vídeos dos jogos dele a fazer defesas fantásticas e a mostrar qualidades a lançar o jogo da sua equipa lá de trás. A qualidade dele era extraordinária", revelou o guarda-redes numa outra ocasião ao autor deste artigo do jornal inglês.
Mas o São Paulo não foi a etapa seguinte na carreira de Ederson que soube da dispensa através da sua mãe, Joelma. Severo recordou a fase triste na vida do amigo: "É terrível receber notícias destas cara-a-cara, por isso imaginem como foi para ele descobrir desta forma, sem uma justificação convincente. Como é óbvio ele nunca esquecerá os momentos que viveu no clube, mas a forma como foi colocado de parte é também marcante e dolorosa. Ele chorou muito."
Ederson acabou por voltar a trabalhar com Giba até que alguém ligado ao agente Jorge Mendes ligou a António Rodrigues a perguntar por um guarda-redes jovem e promissor e este indicou o Gordo, então com 16 anos:
"O primeiro nome que me veio à cabeça foi o do Ederson. Não me esqueci dele por causa da enorme dedicação nos treinos. Quando essa pessoa me perguntou sobre quais eram as maiores qualidades dele, lembro-me de responder distribuição de jogo, dinamismo e agilidade. E disse também: 'se ele fore para a Europa não vai voltar'."
E assim foi, embora a afirmação na equipa principal do Benfica tenha sido precedida passado pelo equipa B, Ribeirão e Rio Ave. Ao serviço do Manchester City desde o verão de 2017, Ederson tem agora credenciais para a seleção brasileira, onde o treinador de guarda-redes, o histórico Claudio Taffarel, não lhe poupa elogios:
"Quando comecei a trabalhar com o Ederson interroguei-me de onde viria aquela 'frieza'. Suspeitei que poderia ser medo, pois ele era bastante introvertido e raramente falava. Mas com o tempo, depois de estabelecermos um bom relacionamento, começou a abrir-se mais, dentro e fora de campo, e percebi que aquela calma é uma parte muito positiva da sua personalidade."
"Tem muito sangue frio. Mas pode evoluir a tomada de decisão, que é algo de que sempre falamos muito. Apesar da juventude ele é impressionantemente seguro e essa segurança é passa naturamente para a equipa de forma muito produtiva", acrescentou Taffarel.
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