Antigo internacional inglês abriu o coração numa entrevista à High Performance
Paul Gascoigne, considerado por muitos como um dos melhores futebolistas ingleses de sempre, abriu o coração para falar de todo o sofrimento que o tem atormentado nos últimos tempos. Das longas batalhas para se manter sóbrio ao facto de viver no quarto de hóspedes da casa da sua empresária, foi tudo passado em revista numa franca entrevista à High Performance.
Gascoigne tem-se deparado com problemas de saúde mental e dependência de álcool desde que terminou a carreira, mas a verdade é que a vida não se tem endireitado com o passar do tempo. Depois de uma carreira de sucesso, o ex-internacional inglês está obrigado a viver com a agente Katie Davies, em Poole, na costa sul de Inglaterra, e já voltou a frequentar as consultas do alcoólicos anónimos.
"Costumava ser um bêbedo feliz. Agora já não sou. Sou um bêbedo triste. Não saio e bebo, bebo dentro de casa", disse o antigo médio, de 56 anos, que fez 57 jogos pela seleção dos três leões, além de ter espalhado o perfume do seu futebol ao serviço de equipas como Newcastle, Tottenham, Lazio e Rangers.
"As pessoas conhecem o Paul Gascoigne, mas o Gazza [alcunha] ninguém conhece. Nem eu, às vezes. Passei muitos anos em baixo, quando rompi os ligamentos e depois a rótula, perdi quatro anos de futebol. Teria feito 100 jogos pela seleção. Tento não ficar em baixo porque o mundo já está em baixo o suficiente. E quando estou mesmo em baixo, é quando pego numa bebida para me animar", conta.
Gascoigne, que foi introduzido no Hall of Fame do futebol inglês em 2002, antes de encerrar a sua carreira em 2004, tem travado duras batalhas desde que pendurou as chuteiras. Já fez reabilitação em sete ocasiões, tendo, nesses períodos, gasto cerca de 6 mil libras (7 mil euros) por mês numa clínica em Southampton. Chegou a gastar também 23 mil euros para colocar pastilhas anti-boozing no estômago, numa desesperada tentativa de parar de beber.
A batalha contra o álcool também levou a uma série de detenções por embriaguez e desordem e diversas infrações por condução sob o efeito de álcool. A antiga estrela admite que já quase não vê futebol devido às saudades que sente. "Se quero que o dia seja mau, é ir ao pub. Se quiser que seja um dia bom, pego na minha cana de pesca e vou pescar. Não é a bebida, é o depois. Quando olho para o meu telemóvel e vejo 30 mensagens ou chamadas perdidas, sei que estou em apuros."
Gascoigne admite que não tem frequentado as consultas dos alcoólicos anónimos com a devida frequência, porém, diz que tem tentado implementar outra estratégia: beber café sem parar. Para se ter uma noção, Gascoigne bebe seis cafés até às 10 horas da manhã e gasta diariamente cerca de 15 cápsulas de ‘Mochaccino’, uma mistura de café com cacau.
"Guardo muitas coisas, coisas que devia partilhar mas que tenho medo de partilhar com as pessoas. Acho que nunca vou crescer, o que não me importa, sabes? Tenho orgulho naquilo que dei às pessoas. Dei quase um milhão de libras a 10 instituições de caridade diferentes e telefonei-lhes para não dizerem nada. Nunca desisti. Só vou ceder quando estiver numa caixa de madeira. Fora isso, vou continuar a lutar", afirma.
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