Ao fim de 15 anos de carreira, José Mourinho já tem mais do que garantido um lugar da história como um dos treinadores mais bem sucedidos de sempre no futebol mundial. Tão polémico quanto bom treinador, o português de 51 anos soma quase tão rapidamente títulos quanto...inimigos. A troca de palavras com Jorge Jesus é apenas mais uma "guerra" em que se meteu.

Em entrevista na quinta-feira, o técnico do Chelsea agudizou uma troca de palavras que até começou com um elogio a Talisca. Já esta sexta-feira, Jesus desvalorizou o assunto, mas ficou mais do que claro que o ambiente não é o melhor entre dois dos mais destacados treinadores do futebol português.

Wenger o alvo preferido entre os colegas

Não é novidade para ninguém que José Mourinho e Arsène Wenger mantêm uma rivalidade histórica desde o primeiro momento em que o técnico português chegou ao Chelsea para complicar a vida a todos os restantes emblemas da Premier League.

Em menos tempo, o técnico português ganhou muito mais do que o francês e tem-se feito valer disso nas várias trocas de palavras com o treinador do Arsenal. "Ele é um especialista em fracassos. Eu não. Oito anos sem ganhar nada é um fracasso. Se eu fizesse isso no Chelsea, abandonava Londres e acho que nunca mais voltava", afirmou o português sobre o francês da última vez que a animosidade entre ambos veio a público.

Uma das polémicas mais famosas de Mourinho com colegas foi Tito Villanova. O catalão, entretanto já falecido em abril desde ano, chegou mesmo a vias de facto com o português no final de um Barcelona-Real Madrid, em 2011, quando Villanova, que depois foi campeão espanhol como treinador principal dos catalães, ainda era adjunto de Guardiola.

À conta dessas agressões mútuas, os dois treinadores foram suspensos por dois jogos, numa decisão que dividiu o futebol espanhol e aumentou ainda mais o clima de tensão entre Real Madrid e Barcelona para níveis quase inéditos.

Claudio Ranieri, treinador que Mourinho substituiu no Chelsea em 2004, e Manuel Preciado foram outros dos técnicos que tecerem palavras menos bonitas sobre o português. O caso de Preciado foi mais interessante, porque para o ex-treinador do Sp. Gijón Mourinho passou rapidamente de "canalha" para "o número um".

Nem Ronaldo escapou

Não é só com treinadores que José Mourinho costuma ter algumas trocas de palavras. Entre jogadores, o caso que mais toca aos portugueses é naturalmente a desavença com Cristiano Ronaldo nos últimos meses da sua estadia em Madrid.

"Só tive um problema com ele que foi criticá-lo do ponto de vista tático, tentando melhorar o que poderia ser melhorado. Ele não aceitou as críticas pois pensa saber tudo", afirmou poucos dias depois de confirmada a saída do Real Madrid. Esta quinta-feira, o técnico admitiu em entrevista que só ficou com recordações boas do melhor do Mundo. "É um rapaz que é uma máquina de golos, que me ajudou muito a ganhar, que me ajudou - provavelmente também o ajudei - a fazer história com o campeonato dos 100 pontos. Desejo-lhe o melhor na sua carreira, mais na Seleção do que no clube mas no clube também. Gosto que os meus antigos jogadores tenham sucesso".

Mourinho também não recolhe simpatia entre os maiores rivais. Piqué, Dani Alves e Xavi são apenas alguns dos jogadores que em algum momento teceram comentários polémicos sobre o setubalense.

Os comentários de Xavi, afirmando que o português não ficaria na história do futebol, mereceram mesmo resposta do totalmente neutro Luis Aragonés: "Mourinho é um triunfador do futebol total e ficará na história porque ganha mais do que ninguém."

A rivalidade Mourinho/Barcelona foi além da estrutura técnica e dos jogadores, estendendo-se mesmo à direção do emblema culé. Joan Laporta, antigo presidente do Barcelona, nunca perde uma boa oportunidade de atacar o português. "Mourinho é agressivo e fá-lo à traição, pelas costas", comentou aquando da polémica com Tito Villanova.