Polémica em Inglaterra: suspeitas de fraude com fundação que usa nome de Diogo Jota

Homenagem a Diogo Jota com minuto de silêncio na Premier League
• Foto: EPA

Uma fundação criada alegadamente em memória de Diogo Jota, antigo internacional português que morreu no passado dia 3 de julho na sequência de um acidente de viação em Espanha, está a levantar suspeitas de fraude, depois de ter sido noticiado pelo 'The Telegraph' que a mesma não tinha quaisquer ligações quer ao Liverpool, clube que o ex-avançado representava, quer à família do ex-futebolista.

A 'Fundação Diogo Jota', como se intitula esta página da web com o domínio 'diogojotafoundation.org' (entretanto já desativado), foi criada três dias após a tragédia que envolveu o eterno camisola 20 do Liverpool e o seu irmão André Silva, ou seja, no dia 6 de julho. Até ao momento, a alegada organização não-governamental (ONG) diz já ter angariado mais de 64 mil dólares (cerca de 55 mil euros à conversão atual), montante que já terá ajudado centenas de crianças. Contudo, o único método de pagamento que este site aceita é através da transferência de criptomoedas. "(...) aceitamos USDT, ETH e outras criptomoedas através do NOWPayments de forma segura", pode ler-se na página, que abre um outro separador assim que um utilizador demonstra vontade de doar um valor à suposta causa nobre.

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De forma a tornar o site mais fidefigno, a 'Fundação Diogo Jota' apresenta na sua página de início os logótipos do Liverpool, da Unicef, da Allianz e ainda da Plataforma Portuguesa das Organizações Não-Governamentais para o Desenvolvimento. Segundo o 'The Telegraph', três destas organizações afirmaram ao jornal não terem qualquer tipo de parceria com este site, para além de reconhecerem que os seus logótipos estão a ser utilizados de forma totalmente ilegal. "Ao Telegraph Sport, o Liverpool afirmou que nem o clube nem a família de Jota têm conhecimento desta fundação ou site", acrescenta ainda a referida publicação.

Concebida com o propósito de "celebrar a incrível jornada de Diogo", a fundação afirma ter três "pilares fundamentais": Programas de Futebol - "Criamos oportunidades para jovens talentos através de campos de futebol gratuitos e treinos de base em comunidades subdesenvolvidas"; Bolsas de Estudo e Mentoria - "Capacitamos os estudantes com bolsas de estudo, recursos académicos e coaching de desenvolvimento pessoal para que prosperem além do desporto"; e Parcerias Comunitárias - "Colaboramos com organizações locais para promover a saúde, a inclusão e o envolvimento dos jovens em todas as regiões", assegura.

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A fundação que utiliza o nome do antigo internacional português afirma já ter distribuído 25 mil refeições, para além de ter ajudado 300 crianças nas escolas e de ter também estabelecido cerca de 50 parcerias locais. "Cada contribuição ajuda-nos a chegar a ainda mais comunidades necessitadas", pode ler-se no site.

Com um número de telemóvel com indicativo do Reino Unido e um e-mail para contacto - nenhuma das vias chegou a responder às perguntas ou a atender as chamadas supostamente efetuadas pelo 'The Telegraph' -, a 'Fundação Diogo Jota' não fez até ao momento, em praticamente um mês e meio de atividade, qualquer pedido de registo na Charity Commission, órgão regulador independente de caridade na Inglaterra e no País de Gales que é responsável por garantir que as organizações cumpram a legislação e a função de caridade, tal como fonte oficial do organismo confirmou ao jornal britânico quando confrontada com este caso.

Por Sérgio Magalhães
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