Terapeuta de Tonali avisa: «Vício do jogo é uma dependência patológica e pode atingir qualquer um»

Italianos dizem que a suspensão do jogador não deverá ser inferior a um ano

• Foto: Reuters

O terapeuta que está a acompanhar Sandro Tonali, jogador italiano do Newcastle, por causa do vício das apostas, deu uma entrevista à 'Gazzetta dello Sport' onde explicou que o problema é patológico e pode atingir qualquer pessoa. Gabriele Sani acrescentou que as apostas que o futebolista de 23 anos fez nos jogos do Milan quando era jogador dos rossoneri eram uma espécie de superstição. 

Tonali é um dos jogadores italianos sob investigação por fazer apostas em plataformas ilegais em encontros de futebol, tendo já admitido sofrer do vício do jogo. Está a trabalhar com o terapeuta e espera conseguir um acordo que lhe permita amenizar o castigo que, segundo a imprensa italiana, não deverá ser inferior a um ano de suspensão.

"O vício do jogo é uma dependência patológica e existem algumas definições reconhecidas internacionalmente para o reconhecer e identificar. A mais evidente é quando o prazer de jogar é substituído pelo sentimento de 'necessidade'", contou o especialista.

"Esta patologia pode atingir qualquer pessoa, sem distinção. Os jovens jogadores têm o stress e a responsabilidade das pressões externas e da atenção da imprensa. Essas situações geraram ansiedade e a adrenalina do jogo pode tornar-se num mecanismo disfuncional para 'curar' a ansiedade. Torna-se um comportamento compulsivo, algo que não podem controlar e em que eventualmente ganhar dinheiro até se torna totalmente irrelevante", acrescentou.

Tonali está numa situação mais complicada do que outros jogadores 'apanhados' neste vício, uma vez que apostava em jogos do Milan quando era jogador dos rossoneri. Mas o especialista explica por que o fazia. "Um viciado no jogo tem rituais de comportamento e segue sequências de 'boa sorte'. Por isso o Sandro apostava que o Milan ia ganhar. Fazia parte de uma superstição, aquilo a que no tratamento chamamos um pensamento mágico'."

O especialista acredita que o médio pode recuperar totalmente do problema, mesmo cumprindo um ano de suspensão. "Se ele chegou a este nível com este problema, quando se libertar será ainda mais capaz de expressar todo o seu potencial, se calhar ainda melhor do que antes."

Por Isabel Dantas
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