«Quem decide estes casos sabe o que é ouvir insultos e gritos que nos rebaixam a animais?»

Mike Maignan, guarda-redes do Milan, foi alvo de racismo no encontro com a Juventus

• Foto: Action Images

Mike Maignan, guarda-redes do AC Milan, foi alvo de insultos e cânticos racistas no encontro com a Juventus realizado no passado sábado, em Turim. O episódio levou a Juventus a abrir um inquérito para identificar os adeptos responsáveis pelas ofensas ao internacional francês, que recorreu às redes sociais para reagir e tomar posição.

"O que querem que eu diga? Que o racismo é mau e que estes adeptos são burros? Não tem a ver com isso. Não sou o primeiro nem o último jogador a ser vítima disto. Enquanto tratarmos esses eventos como 'incidentes isolados' e não tomarmos uma ação abrangente, a história está condenada a repetir-se indefinidamente", escreveu Maignan, numa longa publicação na página pessoal do Instagram.

"O que estamos a fazer para combater o racismo nos estádios? Acreditamos mesmo que é eficaz? Estou num clube que se esforça e se opõe a todas as formas de discriminação. Mas temos de ser mais numerosos e estar unidos nesta luta por uma questão social que vai além do futebol", acrescentou o guardião, de 26 anos, levantando ainda outras duas questões: "As pessoas que decidem estes casos sabem o que é ouvir insultos e gritos que nos rebaixam à categoria de animais? Sabem o que isso provoca nas nossas famílias, nos nossos entes queridos que veem isto e não entendem como é possível isto ainda acontecer em 2021?".

"Não sou uma 'vítima' do racismo. Eu sou Mike, de pé, negro e orgulhoso. Enquanto pudermos levantar a nossa voz e fazer a diferença, vamos fazê-lo", concluiu Mike Maignan, que no início da época trocou o Lille pelo AC Milan. 

Por Record
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