«A Roma não me disse que eu tinha um tumor cerebral, descobri pelo Twitter»

Leandro Castan não deixa, porém, de estar agradecido ao clube italiano

Leandro Castan na Roma
Leandro Castan na Roma • Foto: AP

Leandro Castan recordou numa entrevista ao 'Corriere della Sera' o mau momento por que passou na Roma, em setembro de 2014. O ex-central brasileiro, de 38 anos, foi diagnosticado com um tumor cerebral, mas os responsáveis do clube não lhe revelaram logo o diagnóstico. 

"Mandaram-me para casa depois de fazer uns testes, o médico e o cube estavam preocupados, mas não me diziam o que estava mal. Os primeiros 15 dias foram os piores, mal conseguia ter-me de pé, sempre a vomitar, perdi 20 quilos e não tinha forças", lembrou o antigo defesa. 

"Ao princípio a Roma preferiu esconder-me as coisas. Eu decidi isolar-me e afastar-me das redes sociais, mas um dia olhei para o telemóvel. E no Twitter diziam 'o Leandro Castan tem um tumor cerebral e pode morrer'. O medo foi avassalador Eu ainda não sabia o que se passava comigo. Ninguém me tinha dito nada, nem o clube nem os médicos. Ninguém. Só me diziam 'fica calmo'. Era a única coisa que diziam", prosseguiu.

Castan lembrou-se então que teve um caso de cancro na família. "Recordei-me do meu avô, que morreu devido a um cancro cerebral, e pensei que o meu destino podia ser o mesmo."  

O jogador foi operado e precisou de dois anos para recuperar completamente. "Tive de aprender a viver outra vez. Fiz de tudo para regressar ao nível que tinha antes. Tudo! Mas não foi possível", acrescentou Castan, agradecendo, depois, o apoio que teve na Roma, ao treinador Rudi Garcia, e aos companheiros. "Ofereceram-me os melhores médicos, pagaram-me o salário e até renovaram-me o contrato numa fase em que eu não podia jogar." 

Só que o regresso não foi aquilo que esperava. "No primeiro treino passaram-me a bola, tentei pará-la com a sola da bota mas olhei para baixo e vi que o meu pé não se moveu. Não tinha controlo sobre o meu próprio corpo. Queria voltar a ser o jogador que tinha sido antes, mas isso já não era possível. Só que não conseguia aceitar, isso estava a matar-me."

Agora, aos 38 anos, está a tirar o curso de treinador no Brasil. "Adoro o cheiro da relva. Tentei manter-me afastado deste desporto, mas não consegui..."

Por Isabel Dantas
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