Nuno Azinheira conta como foi o convívio em casa de Fernando Póvoas: «Pinto da Costa estava pronto para uma noitada»

Encontro onde também esteve Artur Soares Dias foi revelado por Zulmira Ferreira

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Pinto da Costa e Artur Soares Dias

Têm dado muito que falar as imagens publicadas por Zulmira Ferreira nas redes sociais sobre um convívio à beira da piscina da casa de Fernando Póvoas, onde estiveram, entre outros, o árbitro Artur Soares Dias e o ex-presidente do FC Porto Pinto da Costa. Nuno Azinheira, criador de conteúdos e professor de jornalismo, foi um dos presentes e revelou no Instagram a conversa tida com o antigo líder dos dragões.

"Apertei-lhe a mão. Sorriu e disse: "Ah, é você". "Sou eu, presidente. O benfiquista que o odiou durante 42 anos", rimo-nos. As horas que seguiram — das 12h00 à 22h00 e mais horas teriam sido porque Jorge Nuno estava pronto para uma noitada — foram magnéticas. De histórias sem fim, de gargalhadas contagiantes, de memórias prodigiosas, de uma lucidez que chega a ser comovente dado o contexto que é público. Jorge Nuno Pinto da Costa olha para o passado e sabe tudo de cor, mas continua a olhar para o futuro. Mesmo que só o enxergue — e o diga com um desassombro desarmante — até ao virar da esquina de um Mundo inteiro que desbravou", escreveu Nuno Azinheira, ex-jornalista.

Publicação na íntegra de Nuno Azinheira

"Das coisas menos importantes da minha vida, o futebol é a mais importante", disse um dia Arrigo Sacchi, antigo selecionador de Itália. Apaixonado pelo jogo, pelas tribos que animam o jogo e que alimentam a indústria, penso exatamente o contrário. Prefiro dizer que "das coisas importantes da nossa vida, o futebol é a menos importante". É apenas um jogo. Quando soa o apito final, há um tempo para digerir. Depois, a vida segue. E aí contam as coisas realmente importantes. A saúde, a empatia, a capacidade de nos entendermos, de construirmos pontes, de sermos melhores uns com os outros. Durante 42 anos, enquanto benfiquista, adorei "odiar" Jorge Nuno Pinto da Costa (as aspas atenuam a crueza da palavra — o futebol não merece que se odeie). Afinal, Pinto da Costa representava o pior. Não cabe aqui avaliar se era ou não o pior do futebol português. Era, seguramente, o pior para o meu clube. Quando ele ganhava — e ganhou tanto — nós perdíamos.

Ao mesmo tempo que assumo esta reação tribal, também confirmo que tinha uma grande curiosidade em privar com ele. Temos amigos comuns, que me falavam da sua cultura, do seu humor, da sua luz, da sua memória prodigiosa.

Esse momento deu-se ontem na quinta do Fernando e Ana Póvoas [obrigado pelo carinho, pelas partilhas, pela amizade, pelo amor — nenhuma palavra chegará para vos agradecer...), onde tenho passado, feliz, a segunda semana de férias, aqui no Minho. O encontro estava adiado há um ano, deu-se agora. Não deu para adiar mais. Apertei-lhe a mão. Sorriu e disse: "Ah, é você". "Sou eu, presidente. O benfiquista que o odiou durante 42 anos", rimo-nos. As horas que seguiram — das 12h00 à 22h00 e mais horas teriam sido porque Jorge Nuno estava pronto para uma noitada — foram magnéticas. De histórias sem fim, de gargalhadas contagiantes, de memórias prodigiosas, de uma lucidez que chega a ser comovente dado o contexto que é público. Jorge Nuno Pinto da Costa olha para o passado e sabe tudo de cor, mas continua a olhar para o futuro. Mesmo que só o enxergue — e o diga com um desassombro desarmante — até ao virar da esquina de um Mundo inteiro que desbravou. 15 de agosto. Aqui na quinta, não fizemos feriado aos afetos."

Por Record
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