Miriam Raquel, CD de Tondela
Longe vão os tempos em que se achava que o futebol era só um desporto para homens. Hoje em dia, é cada vez mais normal ver as bancadas povoadas de público feminino, num cenário comum a todos os clubes da Liga NOS. Em Tondela, por exemplo, mora uma das mais ferrenhas e jovens adeptas com "amor à camisola". Chama-se Miriam Raquel, tem 18 anos e acompanha o clube da sua terra para onde quer que ele vá. "É um privilégio seguir o Tondela e poder vestir o manto auriverde. Sinto-me sempre muito melhor com ele vestido."
Um "sentimento inexplicável" que foi começando a ser construído na infância, quando na companhia dos pais ia assistir aos jogos no estádio. Ainda assim, curiosamente, os seus pais acabaram por ser os primeiros "opositores" desta paixão, já que sempre lhe passaram a mensagem de que "o futebol não era para uma menina". Mas amor que é amor supera todas as barreiras e foi isso mesmo que Miriam conseguiu.
Sem esquecer as suas diabruras… Como numa ocasião, em que o seu pai só soube que a filha estava no estádio a ver o jogo… pela televisão. Travessuras à parte, e talvez percebendo que não havia mesmo volta a dar, os pais de Miriam foram "obrigados" a aceitar que a ligação da filha era demasiado forte para ser travada. "É um clube que faz parte de mim, é a minha identidade. Os meus pais começaram a habituar-se, a ver que o amor à camisola era imenso e que não havia muita forma de me contrariar."
Tal como se tornou difícil impedir a presença desta adepta na claque do clube, a Febre Amarela, ainda que, a princípio ouvisse comentários menos positivos ("Uma rapariga na claque? Tu não bates bem"). Ainda assim, com o tempo tudo se tornou natural e até os seus avós, que antes torciam o nariz por acharem que "as claques podem ser um pouco violentas", passaram a aceitar.
Agora, está de tal forma integrada na realidade do clube que até ganhou uma espécie de alcunha. "Todas as pessoas me conhecem como a menina do Tondela."
"Nunca falhei nenhuma aula, tento sempre absorver o máximo de informação e estudar o máximo possível durante a semana. Ao fim de semana, em dias de jogo, levanto-me mais cedo, às cinco/seis da manhã, para conseguir gerir o tempo e nas viagens levo sempre os meus resumos para ir estudando", explica.
De resto, na sua vida académica, Miriam procura também colocar em prática os valores que o clube lhe transmite ("união, amizade, carinho, humildade, resiliência e persistência"). "São valores que uso no âmbito escolar, porque nem sempre as coisas correm conforme esperamos. Muitas vezes penso neles, naquilo que foi conquistado em tão pouco tempo e no facto de nunca terem desistido. São atos de coragem e bravura que tento transmitir na minha vida pessoal", admite.
» A maior viagem que fez para ver o Tondela foi até Portimão. "Lembro-me de que na semana a seguir tinha frequência. Saímos às seis e pouco de Tondela e fomos até lá a baixo. Infelizmente não ganhámos", lamenta;
» A maior loucura que fez pelo clube foi há duas temporadas, quando invadiu o relvado para celebrar a permanência na Liga NOS;
» Diz assistir a cerca de 40 jogos por temporada. Na época passada viu todos os duelos, excetuando os que foram disputados na Madeira.
» A vitória por 4-1 em casa do Paços de Ferreira em 2015/16, numa altura em que o Tondela precisava de ganhar para se manter;
» Jogos da permanência na Liga NOS, diante de Académica (2-0, em 2015/16) e SC Braga (2-0, em 2016/17).
João Monteiro, Portimonense SC
Márcio Teixeira, Moreirense FC
Joaquim Vareiro, Rio Ave FC
Ana Fernandes, CF Os Belenenses
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Triunfo indiscutível por 5-0